Por mais simples que pareça, a sensação de “nariz ruim” pode ter diferentes causas e significados. No consultório, é muito comum ouvir pacientes dizerem que o nariz está entupido, trancado ou até mesmo fatigado — mas cada termo pode estar ligado a patologias específicas. Entender essas diferenças é o primeiro passo para buscar o cuidado adequado e evitar complicações.
Nariz entupido
É a queixa mais frequente. O entupimento geralmente está associado à obstrução nasal por excesso de muco, inflamação da mucosa ou edema. As causas vão desde resfriados, gripes e rinite alérgica até desvios de septo ou pólipos nasais.
Atenção: Se o nariz entupido persiste por mais de 10 dias ou vem acompanhado de dor facial, pode indicar uma sinusite.
Nariz trancado
Quando o paciente diz que o nariz está “trancado”, muitas vezes se refere a uma obstrução mecânica, em que o ar realmente não consegue passar. Isso pode estar ligado a desvio de septo acentuado, hipertrofia de adenoides, cornetos aumentados ou pólipos nasais.
Atenção: Diferente do entupimento comum, aqui a sensação é de bloqueio fixo, que piora à noite e pode dificultar até a respiração durante o sono.
Nariz fatigado
Esse é um termo que muitos não conhecem, mas descreve bem a sensação de cansaço ao respirar pelo nariz. O nariz fatigado pode surgir em quadros de rinite crônica, rinossinusite de repetição ou em ambientes secos e poluídos, quando a mucosa perde eficiência.
Atenção: A pessoa sente que respira, mas não consegue descansar com qualidade, acordando cansada e com a boca seca, porque acaba respirando mais pela boca à noite.
O que observar
- Se o nariz entupido é esporádico e melhora com higiene nasal, geralmente não há motivo para preocupação.
- Se ele fica trancado constantemente, pode ser sinal de alterações estruturais que exigem avaliação médica.
- E se estiver fatigado, talvez seja hora de investigar alergias, inflamações persistentes e até qualidade do ar que você respira.
Como melhorar
Manter a lavagem nasal com solução salina é o cuidado mais simples e eficiente para quase todos os casos. Mas se a queixa se torna frequente, procure um otorrinolaringologista. Muitas vezes, o que parece apenas um “nariz chato” pode esconder uma condição que precisa de tratamento específico.
Afinal, respirar bem é essencial para viver bem — e o nariz é a porta de entrada dessa vitalidade.
Dr. Bruno Borges de Carvalho Barros
Médico otorrinolaringologista pela UNIFESP
Médico do corpo clínico do hospital Albert Einstein
Especialista em otorrinolaringologia pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e cirurgia cervico-facial.
Mestre e fellow pela Universidade Federal de São Paulo.
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