“A vida que eu levava antes da maternidade era um turbilhão”.
“Depois da maternidade, percebi que é necessário conciliar maternidade com trabalho, e isso passou a ser um propósito na minha vida”.
“Foi aí que eu percebi que queria outra rotina para poder dar almoço com tranquilidade, e não precisar terceirizar essa ou outras vivências da minha filha”.
Você já deve ter ouvido ou lido, em algum lugar, frases como essas, que trazem as realizações, mudanças e angústias que toda mulher passa quando precisa conciliar a vida profissional e a maternidade. E é exatamente para tentar adequar todos esses papeis que algumas mulheres optam por empreender.
E é para servir de inspiração para quem tem esse desejo, mas sem nunca romantizar, que hoje, na coluna, vamos mostrar que o maternar pode, sim, caminhar junto com a profissão que cada mulher escolher. Afinal, filhos são os maiores motivadores para conquistar condições melhores para as gerações futuras.
Feliz Dia das Mães!
Andrea Cristina Deis Rodrigues, mãe de Andressa, de 23 anos, Fabrício, de 17, e Fabio Henrique, de 14, fundadora da Top Leader Training (TLT), empresa de coaching, treinamento e gestão empresarial.
“A vida que eu levava antes da maternidade era um turbilhão. Consultora de sucesso, eu navegava por um mundo de viagens, horários extensos e independência financeira. Era um ritmo empolgante, mas também solitário. A maternidade chegou como um bálsamo, trazendo consigo a doçura e o caos de um novo universo. Durante dez anos, me dediquei de corpo e alma à criação dos meus filhos. Trabalhos esporádicos e incertos marcavam essa fase, onde a carga mental da maternidade e das tarefas domésticas se somavam. Mas, no fundo do meu coração, a chama da ambição nunca se apagou. A graduação em design de interiores se tornou um símbolo de esperança, um lembrete de que a reinvenção era possível. No entanto, o caminho para o recomeço não foi fácil. A cobrança familiar e os julgamentos se tornaram obstáculos dolorosos. A ausência em reuniões escolares e festas infantis era vista como falta de amor e dedicação. As palavras cruéis feriam, mas não me impediam de seguir em frente. “Se ela gostasse de você, estaria na festinha”, disse a escola para ele, com desprezo, ignorando minha luta para conciliar os papéis de mãe e profissional. Os cochichos e olhares reprovadores na escola eram constantes, como punhais invisíveis que me faziam questionar minhas escolhas. Mas eu era forte. Sabia que o amor pelos meus filhos não se media pela presença física, mas sim pela entrega incondicional e pelo cuidado diário. E, mesmo diante das dificuldades, me recusava a desistir do meu sonho. A escola, por outro lado, se mostrou inflexível. Descontos e facilidades eram inexistentes, mesmo diante das minhas explicações e pedidos. As despesas altas pesavam no orçamento, mas minha determinação era maior. A jornada foi árdua e dolorosa, mas também inspiradora. Provei que o amor materno e a ambição profissional podem coexistir e que, com força e determinação, é possível superar qualquer obstáculo. Minha história é um lembrete de que o recomeço é sempre possível, basta acreditar em si mesma e lutar pelos seus sonhos. Diante da carga mental da maternidade e das tarefas domésticas, conciliar um trabalho tradicional se tornou inviável. Foi aí que a semente do empreendedorismo brotou em meu coração. Um negócio próprio me traria a flexibilidade que eu precisava para estar presente para meus filhos e, ao mesmo tempo, realizar meus sonhos profissionais. No início, não foi fácil. As noites eram frequentemente sacrificadas para que eu pudesse estar presente nas manhãs e acompanhar de perto o crescimento dos meus filhos. Mas a cada desafio superado, a cada projeto concluído, a sensação de realização era imensa. Minha sede de conhecimento me levou a buscar novas formações. A docência surgiu como uma oportunidade perfeita para unir minhas paixões: cuidar e ensinar. Na sala de aula, encontrei um ambiente inspirador, onde pude compartilhar meu conhecimento e fazer a diferença na vida dos alunos. Ser mãe, empreendedora e professora não foi um caminho fácil. Mas, com amor, força de vontade e a flexibilidade que meu negócio me proporcionou, consegui construir uma vida plena e gratificante. Minha história é um exemplo de que, com determinação e criatividade, é possível conciliar os diferentes papéis da mulher moderna e realizar seus sonhos. E o maior presente que meus filhos me deram foi a certeza de que fui um bom exemplo para eles. Hoje, dois já estão trabalhando e um deles até mesmo empreendendo. Saber que pude contribuir para a formação de filhos independentes e realizados me deixa com o coração transbordando de alegria”.
Amanda Chatah, mãe de Flora, de 23 anos, Olivia, de 10 anos e Antonio, de 4 anos, fundadora da Muskinha – Design Divertido, marca desenvolve mobiliário inspirado no método Montessori, para proporcionar mais autonomia, criatividade e segurança para as crianças.
“Tudo começou quando tive minha segunda filha e me senti motivada a dividir este novo momento com outras mães. Foi então que criei o Maemuska, blog para compartilhar experiências de maternidade com outras mães. O nome foi dado em referência as bonecas matrioskas russas, também conhecidas como Mamuskas. Já a Muskinha foi criada em 2016, quando a Olivia, minha segunda filha, tinha oito meses de idade e caiu do berço. Depois do ocorrido, eu e meu marido, o José Neto, decidimos mudar todo o quarto da bebê. Após um período de pesquisas, nos interessamos pelo método Montessori, que acredita que as crianças adquirem mais autonomia e segurança quando os móveis estão distribuídos na altura de seus olhos e no alcance de suas mãos. Meu marido, que é engenheiro, ficou responsável pelo desenvolvimento de cama casinha – que até hoje é o “carro chefe” da marca. A execução foi realizada em parceria com uma pequena marcenaria. Depois que a cama da Olivia ficou pronta, mostramos o resultado aos nossos amigos, que espalharam a notícia e pediram que fizéssemos também para os seus filhos. Enxergamos ali a possibilidade de um novo negócio e justamos a oportunidade de empreender com uma experiência que nos dois vivemos juntos, dentro da nossa casa. Após o crescimento gradativo dos pedidos, decidimos montar um e-commerce com mobiliário infantil para crianças de 01 a 07 anos. Depois de algumas semanas, as vendas começaram a crescer e resolvemos sair de nossos empregos para investir o valor da rescisão na compra de máquinas e no aluguel de uma marcenaria de 600 m². Criar produtos seguros e lúdicos é o principal objetivo da marca. Todos os móveis são fabricados artesanalmente e visam o desenvolvimento da autonomia e da criatividade das crianças, além de serem feitos com material 100% brasileiro. É com muito orgulho que contamos que grande parte dos nossos móveis foram idealizados após ouvirmos depoimentos dos nossos clientes, pais que relataram as necessidades de seus filhos. Hoje, temos uma fábrica com 1500 metros quadrados e 40 colaboradores e já realizamos mais de 15 mil entregas em todo o Brasil. A ideia de criar um negócio próprio sempre foi além de uma satisfação profissional, mas pessoal. Eu sou filha de mãe solo, vi minha mãe trabalhar horas e mais horas para criar a minha irmã e eu sozinha. Quando criança, sentia falta de ter ela presente em casa e nas minhas tarefas diárias. Depois da maternidade, percebi que é necessário conciliar maternidade com trabalho, e isso passou a ser um propósito na minha vida. Mesmo trabalhando muito, hoje consigo administrar meu próprio horário, almoçar com a minha família e levar meus filhos para a escola, participando ativamente de sua formação”.
Júnia Lopes Paiva, mãe de Júnia, de 13 anos, fundadora da Tablet’s House, empresa referência em aluguel de tecnologia para grandes eventos corporativos, focada em dispositivos móveis como tablets, smartphones e internet móvel. Ela levava a filha, quando era bebê, para as reuniões.
“Fui professora da rede pública do estado de Goiás por seis anos. No entanto, quando minha filha nasceu, eu já trabalhava com aluguel de tablets para eventos, porém, como funcionária. Eu cuidava sozinha de toda a operação de uma empresa de tecnologia . Como eu tinha um ambiente todo para mim, quando estava para minha filha nascer, informei do meu interesse de levá-la comigo para o trabalho, em vez de deixá-la em berçários. O dono da empresa não se opôs. Então, quando ela nasceu, cumpri apenas 60 dias de licença maternidade e voltei a trabalhar com uma rotina reinventada por mim. A partir de então, eu levava a Juninha todos os dias para o escritório comigo. Mas essa realidade não durou muito tempo. Por motivações alheias à minha rotina, precisei deixar a empresa pouco mais de um ano depois. Foi aí que houve uma revolução na minha vida. Eu tinha um firme propósito que trabalharia em algo que não interferisse na educação da minha minha pequena filha, educação esta que eu não queria terceirizar. Depois que saí do meu antigo emprego, vivi uma grande instabilidade na vida profissional por um tempo, quando trabalhei na concorrência. Neste período, não podia levar minha filha. Mas eu tinha um grande diferencial: havia construído uma grande carteira de clientes. E foi então que resolvi abrir a Tablets House. Um contato antigo meu me propôs iniciarmos um negócio juntamente com outro sócio. Prontamente topei com a única condição: poder levar minha filha comigo para o trabalho. Eles não se opuseram e em semanas iniciamos a empresa. Tudo que passei valeu a pena. Foi uma passo certo e a decisão certa! Vivi dias muito intensos. O início de um negócio já é desafiador, pois os recursos materiais e humanos são poucos. No início, eu cuidava de toda a operação da empresas sozinha, além de fazer o comercial e toda a parte logística, visto que meu sócio ainda não tinha deixado o emprego dele. Além disso, fora da empresa, eu cuidava da casa sozinha também. E 24 horas por dia eu era mãe. Porém, esse era o meu objetivo. Inclusive, dediquei um capítulo em meu livro (“13 lições: Fundamentos para uma vida mais leve”, 2022, edit Viseu) sobre este assunto. Para mim, filho é como um produto, quando os colocamos no mundo, é como se tivéssemos lançado um produto na concorrência. A forma que nos dedicamos a ele determinará como será recebido na sociedade. Foi essa a minha motivação, pois sempre achei que a educação de um filho é algo grande demais para ser terceirizada ou deixada em segundo plano”.
Fernanda King, mãe da Pietra, de 11 anos, fundadora da Petit Kids Cultural Center, escola que possui berçário e educação infantil.
“Quando me tornei mãe, me vi diante do maior desafio da minha vida, sem dúvida alguma. Percebi de cara o quanto a maternidade é romantizada pela sociedade e o quanto de autocobrança pode morar em nós, mulheres. Sou uma carioca que veio tentar a vida em São Paulo e que sempre trabalhou demais para que os sonhos se tornassem realidade. A maternidade planejada foi uma dessas conquistas, mas rapidamente os planos saíram um pouco fora do trajeto inicial. Percebi que aquele “trabalhar demais” não combinava tanto assim com ser responsável por um bebê pequeno, totalmente dependente de mim. E de publicitária workaholic a diretora escolar foi quase um pulo! Cheguei a matricular minha pequena filha de 4 meses de idade em um berçário particular, mas em pouco tempo percebi que as peças não estavam se encaixando na minha vida e na dela também. Notei que faltava alguma coisa na educação infantil das escolas que visitei. Provavelmente, um senso de humanidade e um olhar mais carinhoso para a primeira infância, essa fase tão importante e tão bonita da vida humana. E assim, num piscar de olhos, larguei tudo e aluguei uma casinha branca que na minha mente tinha “cara de escola”. E dali fiz o meu segundo lar e a segunda escola da minha pequena, mas que considero a primeira. Fomos felizes, apesar das dificuldades iniciais que todos que empreendem no Brasil têm. A logomarca da Petit Kids, não por acaso, é um ninho. E a minha passarinha cresceu muito rápido, bateu asas e foi para uma escola maior, alçar outros voos. Eu continuo lá no ninho, cuidando de outros passarinhos que chegam. Se valeu a pena? Sim! Vale cada lágrima, cada gota de suor e cada sorriso que dou e que recebo todos os dias, nesses quase 10 anos de dedicação total à educação infantil. Hoje, posso dizer que domino a nova área, porque estudei muito e me especializei, além de toda a experiência adquirida. Tenho muito orgulho de trabalhar com o começo da vida, porque sei que faço a diferença na vida de muita gente, especialmente de mães que, como eu, passam pela difícil decisão de deixar seu bem mais precioso nas mãos de alguém, para que possam seguir também em busca dos seus sonhos como eu fiz um dia”.
Michele Domingues, mãe da Liz, de 5 anos, fundadora da Meu Raio de Liz, loja de roupa infantil.
“Antes de abrir a Meu Raio de Liz, era gerente de inteligência comercial em grandes empresas de bens de consumo. Quando minha filha Liz nasceu, tive um momento de perda de identidade, mas na verdade foi quando me reencontrei. Essa busca por autoconhecimento me fez entender que queria ter mais flexibilidade para acompanhar o crescimento da minha filha, algo que a jornada de 16 a 17 horas de trabalho por dia não permitia. Foi então que decidi empreender e sempre soube que o mercado infantil seria meu foco. Porém, ainda não estava totalmente preparada para essa mudança. Em 2020, descobri que meu pai estava enfrentando um câncer. Infelizmente, ele faleceu muito rápido, o que me deixou com síndrome do pânico e, posteriormente, fui demitida do meu emprego. Nesse processo doloroso, decidi recomeçar e concretizar meu sonho de empreender. Comecei fazendo malinhas delivery para as mães. A área da churrasqueira da minha casa foi a escolhida para montar as malas e a cada dia aumentavam os pedidos. Antes de enviar, fazia questão de conversar com a mamãe, entender o que ela precisava, o que tinha em mente. Desta forma, a malinha chegava com roupas, mas ao abrir a mãe tinha certeza que aquela mala tinha sito feita para ele a para a pessoa mais importante da vida dela. Com o crescimento do negócio, em 2022 consegui abrir nosso ponto físico. Apesar das dificuldades do mercado, nossa loja cresce a cada dia e acolhe cada vez mais mães e pais. Tudo isso aconteceu, principalmente, porque a chegada de Liz trouxe um novo sentido para minha vida. Ela me fez enxergar coisas que eu não via há muito tempo, me fez perceber que a beleza da vida está na simplicidade das coisas. Muitas vezes, conquistamos coisas e cargos apenas para agradar outras pessoas, sem perceber que elas não nos inspiram e que não a admiramos. E a Liz me fez voltar a olhar mim. Me deu mais uma oportunidade para me conhecer e viver algo com um verdadeiro propósito e muito amor. Ela me salvou de mim mesmo, de uma vida que estava completamente desconectada do que realmente importa. Diante desta nova perspectiva, a de mãe da Liz, consegui fôlego e impulso para tomar decisões corajosas, como empreender no mercado infantil. Apesar das dificuldades e desafios, esse caminho me permite dedicar mais tempo para minha filha e me realizar profissionalmente, algo que antes parecia impossível com a rotina extenuante que eu tinha. Para quem tem a vontade de empreender, é preciso entender que não significa, necessariamente, trabalhar menos, mas ter mais flexibilidade para fazer coisas simples, porém marcantes, na vida de uma criança, como levá-la à escola. Esse novo caminho me permite dar o exemplo de que o trabalho pode ser prazeroso e cheio de amor, mudando a definição de trabalho como algo que pode gerar sofrimento em alguma parte do processo. Agora, tenho a oportunidade de buscar um equilíbrio saudável entre minha carreira e minha família, algo que antes parecia impossível”.
Maria Eduarda Schwab, mãe de Virgínia, de 4 anos, fundadora da Schwab Comunicação, agência de comunicação que atua nas áreas da saúde e arquitetura.
“Minha formação é Jornalismo. Antes da Virgínia nascer, eu atuava como diretora do setor de comunicação de uma empresa norte-americana, e logo na volta da licença maternidade percebi que não estava mais feliz atuando como antes, no mesmo cargo, com as mesmas responsabilidades. Notei também que a empresa esperava que eu continuasse a mesma pessoa: me locomovendo com frequência entre as sedes da empresa, viajando em eventos, atuando de forma ampla com equipes de horários diferentes – pela empresa ter sede em outros países, muitas vezes, passava a noite em reuniões… E percebi com rapidez que aquilo não cabia mais para mim, que eu era outra pessoa. Fui muito feliz por oito anos, antes da gravidez, era tudo que eu tinha desejado, mas naquela nova fase da minha vida, com bebê em casa e começo da Covid, não estava mais fazendo sentido. Resolvi, então, empreender na minha agência quando a minha filha começou a introdução alimentar, pois sempre me via querendo dar comida rápido para voltar ao trabalho. Essa rotina, é claro, também não funcionava para ela. Foi aí que eu percebi que queria outra rotina para poder dar almoço com tranquilidade, e não precisar terceirizar essa ou outras vivências da minha filha. Não foi uma decisão fácil, mas dentro do meu espaço de privilégio que tenho consciência que possuo, eu pude dar esse passo, e, quando aconteceu, foi libertador. Poder viver todas – ou a maioria – das fases da minha filha com ela foi o que me levou a abrir a minha empresa. Claro que eu sabia que não seria “um mar de rosas”, que empreender também é não ter horário e abrir mão de muita coisa, mas eu sabia que eu poderia estar um pouco mais no comando da minha agenda, e que não precisaria viajar com tanta frequência. Por vezes, ainda hoje, me questiono sobre o que fiz. Afinal, ter uma empresa não é fácil. Mas, colocando tudo na balança, posso dizer que valeu a pena até agora”.
Isabella Moreira, mãe da Manuela, de 5 anos, uma das sócias-fundadoras do Terra Cria Quintal e Coworking Familiar, um espaço para famílias com crianças pequenas que precisam trabalhar e não querem matricular os filhos em escolas regulares.
“Sou pedagoga e psicodramatista de formação. Antes de abrir o meu negócio, eu era servidora de carreira na área da segurança pública e trabalhava em presídio. O nascimento da minha filha me fez enxergar que as prioridades da minha vida precisavam mudar e decidi, então, exonerar do meu cargo e me dedicar integralmente à maternidade. Com o passar dos anos da minha maternidade e ressignificando várias questões não percebidas antes, comecei a entender que eu precisava retornar ao mercado de trabalho para me sentir ativa novamente. Porém, dados os tantos desafios que principalmente as mães enfrentam no Brasil, eu decidi não virar estatística e fazer algo diferente que pudesse impactar outras famílias também. Assim, planejei um negócio onde mães e filhos pudessem estar juntos no mesmo espaço: mães trabalhando e filhos brincando, se divertindo e se desenvolvendo. E valeu muito a pena. Poder trabalhar, me sentir segura e perto da minha filha, me tornou uma profissional muito mais produtiva e com a capacidade de alcance e transformação social aumentada a cada família nova que chega para ser residente aqui no Terra Cria. Aqui, além de ser uma casa de brincar e um coworking, é um espaço de convivência coletiva de famílias, com acolhimento e afeto. Promovemos encontros, rodas de conversa, eventos e comemorações afetivas sem telas, de forma lúdica e intimista com clima de quintal de vó”.
Daniela Delinski, mãe de Gabriel, de 16 anos, e Mateus, de 8 anos, professora de costura, empresária e empreendedora digital.
“Eu era instrumentadora cirúrgica e ficava horas em cirurgia. Na época, era CLT e tinha estabilidade. Foi meu primeiro filho que me fez sentar na máquina de costura. Eu não tinha condições financeiras de comprar roupa pra ele e, então, aprendi para fazer suas roupinhas. Assim, comecei a me desenvolver na costura. Já o meu segundo filho foi quem me deu coragem de largar o emprego para viver de costura. Obviamente, eles foram as duas maiores inspirações pra eu empreender, já que queria ficar mais em casa, com eles. Hoje, posso afirmar que ter tempo para participar de perto da criação dos dois não tem preço. Com o tempo, consegui me empenhar mais ainda e a costura se tornou meu novo trabalho, possibilitando que eu crescesse, fazendo o que sempre gostei. Além de ficar mais com meu filhos e me desenvolver como empreendedora, também cresci muito como pessoa. Tudo isso me fez ser uma mulher mais realizada e estar com eles em todas essas fases importantes me deu mais gratidão e mais confiança em ser costureira. Agora, quero mostrar para mais mulheres, que ter sucesso no seu próprio negócio e na vida familiar é possível. Agora, com as redes sociais, tenho divulgado ainda mais o meu trabalho, fazendo a minha costura ser cada vez mais reconhecida”.