Faltam apenas alguns dias para aquilo que promete ser um grande desfile fashion: a cerimônia de abertura dos Jogos de Paris, que acontece na próxima sexta-feira (26). Isso porque os uniformes das Olimpíadas de diversas delegações são assinados por grifes de luxo e movimentaram as redes sociais nas últimas semanas. Mas, afinal, como a moda virou elemento de moda do maior evento esportivo do ano?
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Quem acompanha as redes sociais deve ter percebido a repercussão envolvendo os uniformes das Olimpíadas, com elogios e críticas. As roupas do Time Brasil, por exemplo, receberam comentários negativos ligados à ‘simplicidade’ e ‘conservadorismo’ das peças. Já delegações como Mongólia, Estados Unidos e Cuba receberam elogios pela elegância e representatividade.
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Camila Cavalcante, consultora de moda e estilo, afirma que a moda tornou-se um elemento das Olimpíadas por ser em Paris, a capital fashion, e por estar alinhada com o apelo das redes sociais.
“Isso tem feito com que os estilistas e as marcas envolvidas enxerguem o desenvolvimento de uniformes olímpicos como uma excelente oportunidade para destacar a capacidade criativa, o DNA da marca, e ainda se beneficiar de uma publicidade orgânica”, explica à AnaMaria.
Exemplo disto é a grife francesa Louis Vuitton, que pode não ter assinado os trajes das delegações, mas será a “guardiã” da tocha olímpica e das medalhas de 2024 com a clássica mala Trunk, criada em 1858.
Mas, não para por aí. Os Jogos de Paris vão atrair olhares de todo o mundo tanto para os atletas quanto para os países que eles representam. “O uniforme olímpico é a extensão de uma bandeira, que pode inclusive contar a história de toda uma nação”, diz.
Um desfile com os uniformes das Olimpíadas
É na cerimônia de abertura dos Jogos de Paris que podemos esperar um verdadeiro desfile de moda. Por exemplo, o estilista de luxo Giorgio Armani desenvolveu o uniforme da Itália, já a grife Ralph Lauren ficou responsável pelo uniforme dos Estados Unidos nos últimos nove ciclos olímpicos, enquanto a Lululemon cuidou do uniforme do Canadá.
Mas, a moda não está ligada apenas ao nome e status de grife das marcas que assinam alguns uniformes das Olimpíadas. Os que mais se destacaram até o momento carregam mais do que beleza. Eles têm história, sustentabilidade e tradição cultural.
“O Haiti teve seu uniforme desenvolvido pela estilista Stella Jean e ainda contou com a participação do artista Philippe Dodard, que trouxe uma pintura de cores vibrantes, tradicional do país, usando também retalhos e sobras de tecidos típicos, como a cambraia.
Não apenas para construir uma narrativa da sustentabilidade, mas por ser algo comum no país por uma questão de necessidade e, ainda assim, a estilista conseguiu criar um dos uniformes mais belos e fashionistas dessa edição, mostrando como a escassez não pode impedir a riqueza cultural de um povo”, afirma Patrícia.
O uniforme das Olimpíadas do time da Mongólia “quebrou a internet”. Criado pelas irmãs da marca Michel&Amazonka, a roupa tem toques clássicos, com bordados dourados que fazem referências à cultura mongol, exaltando a história e as belezas do país.
Portanto, será que podemos considerar as Olimpíadas com uma semana de alta-costura da elite mundial do esporte? Para Camila a resposta é sim. “Se existe melhor local e ocasião para tal, eu desconheço. Paris é considerada a capital da moda e o único lugar do mundo onde existe alta-costura de fato. Então, nada mais justo que a elite do esporte mundial aproveite para fazer o melhor desfile dos últimos tempos”, complementa.
Tendências
Para provar que a moda tornou-se um elemento de um dos maiores eventos esportivos do mundo, algumas tendências surgiram e ganharam as redes sociais. A Olimpíadas, a Eurocopa e a Copa América potencializaram a trend chamada Blokecore – ‘Bloke’ é uma gíria inglesa que se refere a “meninos” na Inglaterra.
“Esse trend sugere não apenas o uso de camisetas de futebol, mas o uso de camisetas de diversos tipos de esportes em looks mais elaborados, independente do gênero da pessoa. Camisas de baseball e basquete também estão presentes”, afirma a consultora.
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