Peru assado, bacalhau, arroz com passas e rabanada: as ceias de Natal pelo Brasil reúnem pratos queridinhos e tradicionais nas reuniões familiares. No entanto, em um país de dimensões continentais, as mesas natalinas vão muito além das receitas clássicas e já consolidadas.
Muitas famílias incorporam ingredientes locais, receitas tradicionais e influências históricas. Assim, nascem sabores únicos e práticas culinárias herdadas de diferentes povos. Até por isso, a sua receita preferida pode nem mesmo ser conhecida do outro lado do país — e vice-versa.
As diferenças destacam a diversidade e riqueza cultural de cada região do país. Das receitas com frutos amazônicos no Norte às carnes assadas no Sul, passando pelos pratos tradicionais do Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, as ceias são uma oportunidade para conhecer a variedade cultural e alimentar do país.
As ceias de Natal pelo Brasil: tradição e sabores por região
A seguir, veja como as ceias de Natal são celebradas em cada região.
Norte
No Norte, os peixes de água doce são protagonistas das ceias natalinas. O pirarucu, conhecido como o ‘bacalhau da Amazônia’, é um dos pratos mais apreciados, preparado em moquecas ou grelhado, acompanhado de temperos locais. Sobremesas com ingredientes típicos, como cupuaçu e açaí, também aparecem, trazendo um toque amazônico às celebrações.
Nordeste
O Nordeste se destaca pelas influências sertanejas e africanas em suas ceias. O pernil de bode assado é um prato comum, geralmente acompanhado de cuscuz com manteiga de garrafa. Para sobremesa, bolo de rolo, rabanada e cartola (banana com queijo e mel) completam a mesa. Além disso, pratos com frutos do mar também são queridinhos, principalmente em regiões litorâneas.
Centro-Oeste
Na região Centro-Oeste, o frango caipira é o destaque da noite. E não com qualquer tempero: deve ter pequi e açafrão-da-terra, refletindo a influência do cerrado na culinária local. Além disso, a paçoca de carne seca, acompanhada de arroz e saladas simples, é um dos pratos mais aguardados.
Sudeste
No Sudeste, a influência europeia é evidente com pratos como bacalhau, peru assado e pernil de porco. Minas Gerais contribui com receitas tradicionais, como leitão à pururuca, angu e couve refogada. A diversidade cultural da região também traz receitas locais e adaptações das tradições natalinas internacionais.
Sul
No Sul, o churrasco e as carnes assadas, como cordeiro e porco, são comuns durante o Natal. A farofa de pinhão, feita com o fruto típico da região, aparece como acompanhamento. Influências alemãs e italianas também ficam claras nas sobremesas: o sagu de vinho e strudel de maçã complementam as refeições.
Nomes diferentes, pratos iguais
Embora a diferença culinária entre os locais seja inegável, também não faltam semelhanças. Muitas delas, porém, são mascaradas pela nomenclatura distinta. A diferença já ocorre com alimentos separados, como o aipim/mandioca/macaxeira, bergamota/mexerica/tangerina e outros exemplos.
Basta atravessar de uma região para outra — em outros casos, só o estado já basta, para a forma que um mesmo prato é chamado mudar bastante. Um dos exemplos mais comuns é o famoso doce de fatias de pão molhadas em leite e calda de açúcar. Essa é a inconfundível rabanada. Ou seria ‘fatias de parida’, como são chamadas em algumas regiões do Nordeste. No Sul, a salada de maionese é famosa. Já em outras regiões, o prato passa a se chamar salada de batata.
Também há o caminho inverso, onde um mesmo nome representa pratos totalmente diferentes. O cuscuz nordestino, por exemplo, é um prato salgado feito com flocos de milho, água e sal, e cozido em banho-maria. Já o cuscuz-paulista leva peixe, ovos, milho, tomate, cebola, pimentão e azeitonas. No Rio de Janeiro, o cuscuz é um prato doce feito com goma de tapioca e coco ralado.
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