Infelizmente, é muito comum uma consulta médica durar alguns poucos minutos. Às vezes, o doutor ligeiro mal avalia o enfermo e já pede vários exames, prescreve remédios… “Um atendimento clínico criterioso pode diagnosticar muitas doenças sem precisar de avaliações laboratoriais”, avisa José Carlos Campos Velho, especialista em geriatria e clínica médica. Ele é adepto da Slow Medicine (medicina sem pressa, em tradução livre), movimento que sonha resgatar a relação duradoura entre médico e paciente – e seus benefícios! Entenda melhor o assunto.
Medicina sem pressa
A proposta da organização, que teve origem na Itália e desembarcou há pouco tempo no país, prevê uma consulta sem afobação. Ou seja, com uma escuta cuidadosa e respeitosa do paciente. Para o movimento, a saúde e a prevenção vêm antes dos sintomas e da medicação. E mais: o médico e o enfermo decidem, juntos, o tratamento mais adequado para a doença “A nossa filosofia e prática de trabalho colocam a relação entre profissional e paciente como ponto essencial da atenção médica. Assim, o doente pode sentir mais confiança e segurança no profissional”, afirma Velho. O plano da Slow Medicine é permear todos os lugares de atendimento do país e todas as especialidades com essa ideologia. Saiba mais no site do movimento no Brasil: slowmedicine.com.br.
Benefícios do programa para a sua vida
Ao conhecer os principais pilares dessa prática, você saberá se o seu médico tem afinidade com ela e o que você ganhará com isso
1 Aproveitamento adequado do tempo de consulta.
2 Criação de laços duradouros entre médico e paciente.
3 Mais conversas e troca de dados – para que o enfermo tenha posicionamento ativo no cuidado da sua própria saúde.
4 Avaliação clínica criteriosa e uso cauteloso da tecnologia para evitar exames, drogas e até tratamentos desnecessários. “O abuso
de medicamentos e intervenções podem causar efeitos colaterais e danos ao paciente”, alerta Velho. Ele defende: ”Prescrever menos testes laboratoriais e remédios baratearia os custos da saúde no país”.
Atenção:postura do paciente é fundamental!
Na consulta, você costuma pedir todos os exames “a que tem direito”? Segundo Velho, o enfermo também precisa ter outro
comportamento ao passar pelo médico. “Há a necessidade da mudança no padrão. E isso só será possível se os pacientes
estiverem envolvidos na mesma ideia”, garante ele.