Na última quinta-feira (10), lugares como Estados Unidos, Argentina e até África do Sul tiveram a sorte de presenciar o incrível fenômeno das auroras boreais. As luzes dançantes, que normalmente só podem ser vistas perto dos polos, chegaram a áreas mais distantes graças a uma intensa tempestade solar. Mas por que não vemos a aurora boreal no Brasil?
O que impede a aurora boreal no Brasil?
Apesar da beleza do fenômeno, a verdade é que o Brasil não está em uma localização favorável para observar a aurora boreal. Esse espetáculo de luzes acontece devido à interação entre partículas solares e o campo magnético da Terra. Essas partículas, conhecidas como vento solar, são direcionadas aos polos magnéticos, onde colidem com gases da nossa atmosfera, criando as famosas cores brilhantes. Por isso, a aurora boreal ocorre no hemisfério norte, enquanto no sul temos a aurora austral.
No Brasil, estamos localizados em uma região muito próxima ao equador, onde a incidência dessas partículas solares é bastante reduzida. Isso faz com que o fenômeno das auroras praticamente nunca seja visível por aqui. Mesmo em tempestades solares intensas, como a que ocorreu recentemente, o máximo que conseguimos foi um registro no Uruguai, próximo ao Rio Grande do Sul.
Anomalia magnética e o Brasil
Além da posição geográfica, a região enfrenta outro fator que torna ainda mais difícil a ocorrência da aurora boreal no Brasil: a chamada Anomalia do Atlântico Sul. Essa região é caracterizada por um enfraquecimento do campo magnético terrestre, o que diminui ainda mais a chance de partículas solares gerarem luzes na nossa atmosfera.
Para que o fenômeno fosse visto por aqui, seria necessário um evento solar de magnitude extremamente alta, algo que poderia acontecer apenas uma vez a cada mil anos. Ou seja, por mais deslumbrante que a ideia possa ser, a possibilidade de vermos auroras boreais no Brasil é praticamente nula.
O impacto das tempestades solares
Embora seja improvável que presenciemos auroras boreais no Brasil, tempestades solares intensas podem trazer outras consequências para a nossa vida. Esses eventos, além de sobrecarregarem o campo magnético da Terra, podem causar danos às redes de energia elétrica e satélites, como já aconteceu em países como o Canadá. Em casos extremos, como o histórico Evento Carrington de 1859, tempestades solares afetaram até as redes de comunicação por telégrafo, a tecnologia da época.
Hoje, esses fenômenos podem interferir em sinais de GPS, comunicação via rádio e até mesmo na saúde de astronautas que estejam em missões espaciais. Portanto, enquanto admiramos as belas auroras, também devemos lembrar dos impactos que elas podem causar em nosso dia a dia.
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