Você sabe o que é o fim da escala 6×1? O assunto tem tomado as redes sociais nos últimos dias e levantado discussões. Trata-se de uma emenda constitucional proposta pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), que visa transformar a jornada de trabalho no Brasil. A seguir, veja como a PEC pode impactar na vida do trabalhador brasileiro.
O que é o fim da escala 6×1?
A proposta visa abolir o modelo 6×1, onde os trabalhadores têm direito a apenas um dia de folga semanal, e também pretende instituir uma semana de trabalho de quatro dias, conhecido como modelo 4×3.
Segundo a proposta da parlamentar, essa alteração é parte de um movimento global em direção a modelos de trabalho mais flexíveis, visando melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores e suas famílias. A ideia é reduzir o limite atual de 44 horas semanais para 36 horas, mantendo o teto diário de oito horas trabalhadas.
Para avançar no Congresso Nacional, a PEC precisa do apoio de pelo menos 171 deputados. Até o momento, aproximadamente 100 parlamentares manifestaram apoio à iniciativa, que ganhou destaque nas redes sociais. Erika Hilton ressaltou que o objetivo inicial é fomentar o debate sobre a jornada de trabalho no país, sem impor um modelo definitivo.
O que diz a lei?
O artigo 7 da Constituição Federal atualmente assegura aos trabalhadores uma carga horária máxima de oito horas diárias e 44 semanais. A proposta da deputada busca revisitar esse dispositivo legal para contemplar as novas demandas do mercado de trabalho e proporcionar maior equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
A redução proposta na carga horária não implicaria em diminuição salarial, um ponto crucial para manter o poder aquisitivo dos trabalhadores e garantir estabilidade econômica. Estudos internacionais, como um realizado no Reino Unido com trabalhadores adotando o regime 4×3, indicam benefícios como redução do estresse e sintomas de burnout, além de vantagens para as empresas, como menor rotatividade de funcionários e ligeiro aumento na receita.
Em entrevista ao jornal O Globo, a deputada sugeriu que essa mudança poderia gerar até seis milhões de novos empregos no Brasil. Contudo, ela reconhece que enfrentará resistência do empresariado, especialmente nos setores de comércio e indústria. Erika Hilton propõe um diálogo aberto entre trabalhadores, governo e setor privado para abordar essas preocupações.
As discussões
A proposta encontrou resistência entre partidos de direita e alguns setores empresariais. No entanto, vem ganhando força entre parlamentares do PSOL e PT. A equipe da deputada está empenhada em conquistar apoio adicional de partidos do centro-direita, como o PSB. Para aumentar a visibilidade da iniciativa, planeja-se lançar um site que permita acompanhar seu progresso.
A mobilização popular também tem sido significativa; uma petição online ligada ao Movimento Vida Além do Trabalho já conta com mais de 1,3 milhão de assinaturas. Erika Hilton espera que essa pressão social influencie positivamente os debates no Congresso Nacional.
Em suma, a proposta representa uma tentativa ambiciosa de alinhar o Brasil às tendências globais de flexibilização das jornadas de trabalho e humanização dos ambientes laborais, buscando um equilíbrio entre produtividade e bem-estar dos trabalhadores.
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