Após anos lutando contra uma condição rara, Sabrina, uma jovem de 24 anos do Ceará, viu seu corpo passar por uma mudança inesperada: sua pele começou a alterar de coloração devido a um tumor que muda a cor da pele. Desde o diagnóstico, ainda aos 15 anos, Sabrina enfrenta diversos sintomas debilitantes. Em uma batalha constante contra um tumor que cresce e comprime órgãos vitais, ela e sua família recorrem à Justiça para obter um tratamento eficaz e garantir a qualidade de vida.
O caso de Sabrina chama a atenção não apenas pela raridade do tumor que muda a cor da pele, mas também pelos efeitos colaterais intensos e pela complexidade do tratamento. A seguir, entenda mais sobre essa condição, a Síndrome de Cushing associada a ela, e as perspectivas de tratamento que a jovem enfrenta atualmente.
Do que se trata o tumor que muda a cor da pele?
O tumor de Sabrina está localizado no timo, uma glândula entre os pulmões responsável por regular o sistema imunológico. Este tumor provoca a produção excessiva do hormônio ACTH, o qual estimula as glândulas adrenais a produzirem grandes quantidades de cortisol. Quando o organismo recebe cortisol em excesso, desenvolve-se a chamada Síndrome de Cushing, caracterizada por aumento de glicose, retenção de líquidos, infecções oportunistas e pressão arterial elevada.
Mesmo após a retirada das glândulas adrenais para reduzir o cortisol, o tumor de Sabrina continua a produzir ACTH, resultando em um efeito secundário visível: a pigmentação da pele. Este é um efeito comum em casos de excesso de ACTH, onde a pele adquire um tom bronzeado, e no caso da jovem, a alteração foi tão acelerada que, em questão de poucos meses, ela percebeu mudanças significativas na coloração.
Tratamento
Desde o diagnóstico inicial, Sabrina já passou por uma cirurgia para remover o tumor. No entanto, o crescimento do tumor impossibilitou uma segunda intervenção cirúrgica. Nem quimioterapia, nem radioterapia surtiram efeito para controlar o avanço do tumor. A última esperança indicada pelos médicos é o uso de lutécio radioativo, um tratamento inovador que visa atingir e destruir as células tumorais por meio de radioatividade.
Esse tratamento, porém, enfrenta obstáculos no Brasil, pois o lutécio radioativo não está disponível no SUS e precisa ser encomendado e transportado rapidamente devido à sua curta duração. A espera de oito meses por uma decisão judicial para obter o medicamento agravou o quadro de saúde de Sabrina, e recentemente, o tumor crescido começou a comprimir sua traqueia, dificultando a respiração e exigindo uma cirurgia de emergência para a colocação de uma prótese que facilitasse a passagem de ar.
O caso de Sabrina foi parar na Justiça, e após uma decisão favorável à família, o estado do Ceará foi obrigado a fornecer o lutécio radioativo. A Defensoria Pública atuou para garantir o medicamento, que tem custo elevado e não é produzido em larga escala. Após a mobilização e a repercussão do caso na mídia, o medicamento finalmente foi autorizado e será administrado pelo Instituto do Câncer do Ceará.
Para Sabrina, o uso do lutécio representa uma chance de estabilizar o tumor e reduzir os efeitos colaterais que alteraram drasticamente sua rotina e perspectiva de vida. O tratamento ainda está sendo avaliado pelos médicos, que precisam garantir que o organismo da jovem esteja preparado para receber o medicamento com segurança.
O caso de Sabrina ilustra a luta diária de muitos pacientes contra doenças raras que demandam tratamentos caros e de difícil acesso. Com um tumor que muda a cor da pele e afeta seu sistema endócrino, ela espera que o novo tratamento com lutécio radioativo traga alívio e permita que ela retome uma vida normal.
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