Enquanto boa parte das doenças mais graves são diretamente ligadas ao avanço da idade do possível paciente, o câncer de testículo vai no caminho inverso e apresenta maiores riscos para os mais novos. Não à toa 60% das mortes pelo tumor são em adultos entre 20 e 39 anos, como aponta a Sociedade Brasileira de Urologia.
Inicialmente, vale ressaltar que o câncer de testículo afeta menos de 1% dos homens, ao mesmo tempo que é responsável por cerca de 5% dos tumores urológicos – tumores na próstata e bexiga lideram o ranking. Mas afinal, o que mais se sabe sobre o câncer relativamente raro?
Apesar da recorrência maior em jovens, isso não significa que os homens de mais idade possam ficar totalmente tranquilos. O urologista Alex Meller, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo (SP), ressalta que outros tipo de tumores também podem afetar o órgão masculino – então vale ficar ligado.
RISCO E DIAGNÓSTICO
Segundo o profissional, o maior fator de risco para a doença é genético. Além disso, também há casos de pacientes que foram expostos à indústria química, principalmente solventes, que podem ter ligação com o tumor.
Ele ainda explica que o sintoma mais comum são alterações no testículo. Até por isso, a maneira mais fácil de detectar a doença é pelo autoexame: “Caso alguma anomalia seja detectada no órgão, seja ela em formato, volume ou até mesmo coloração, um profissional deve ser procurado”, alerta Meller.
TRATAMENTO E CURA
Caso o autoexame ou a consulta com um médico especializado detectem alguma irregularidade, o passo seguinte é o tratamento. Normalmente, a medida inicial é a retirada do testículo comprometido, a fim de evitar que a doença se espalhe.
No caso da metástase já ter sido confirmada, radioterapia, biópsia e, principalmente, a quimioterapia, que é o tratamento mais indicado. A boa notícia é que o método apresenta altas taxas de cura: cerca de 90% dos pacientes se vêem livre da doença.
IMPACTO SEXUAL E FERTILIDADE
Outro ponto de grande preocupação com o câncer de testículo é o impacto da doença e do tratamento nas relações sexuais do paciente, até por ser um tumor mais comum em jovens entre 20 e 39 anos, ainda na idade reprodutiva.
Como, normalmente, apenas um dos testículos é afetado pela doença, o mais costumeiro é que nem a doença quanto o tratamento apresentem riscos para a vida sexual. Isso porque, segundo o urologista, o testículo residual é suficiente para a produzir os hormônios necessários para o sexo.
Por outro lado, o médico explica que a fertilidade é diretamente afetada pelo câncer no testículo. Para driblar os problemas gerados pela doença, os pacientes precisam fazer uma avaliação pré-cirurgia e quimioterapia, a fim de congelar os espermatozóides e preservar a fertilidade.