Um fato inegável é que a comunicação mudou e evoluiu bastante nos últimos 30 anos. Já houve uma época em que, se quiséssemos mandar notícias para alguém distante, por exemplo, era necessário escrever uma carta com a própria mão, ou com a ajuda de uma máquina de escrever, colocar em um envelope e levar até os Correios para enviá-la.
A agência também dava a opção de correspondência rápida, os chamados telegramas, que tinham um custo relativamente mais alto, mas era uma chance de transmitir textos curtos, que chegavam para o destinatário muitas vezes no mesmo dia, ou no máximo no dia seguinte.
Com a popularização do acesso a internet no Brasil, por volta da segunda metade da década de 1990, também surgiram os e-mails pessoais. Quem tem mais de 30 anos de idade muito possivelmente vai se lembrar dos provedores Zipmail, Bol e Aol, bastante populares naquela época.
Esse formato de mensagem foi uma grande revolução na comunicação interpessoal, impulsionando o surgimento de redes sociais importantes anos mais tarde, como o extinto Orkut e o próprio Facebook. E como esse processo nunca para, atualmente redes sociais como Instagram e TikTok já vêm ganhando seu espaço.
PAU PRA TODA OBRA
Neste ponto, precisamos falar dos telefones móveis. O que antes apenas uma opção para fazer ligações de voz, acessar a calculadora ou passar tempo com joguinhos básicos, tornou-se um verdadeiro aparelho multitarefas tamanha é a convergência tecnológica.
Atualmente, o celular pode substituir muitos dispositivos importantes para o nosso dia a dia, como o despertador, o rádio, a TV, a calculadora, a máquina fotográfica e, dependendo do modelo, até mesmo um computador de mesa (desktop) na realização de tarefas cotidianas, como a digitação de um texto por exemplo.
E a troca de mensagens? Essa ficou cada vez mais instantânea. O WhatsApp, especialmente, revolucionou por completo a comunicação. Ele é usado tanto para a troca de mensagens, quanto para compartilhamento de imagens, figuras, fotos e vídeos. Também dá para realizar ligações telefônicas e ligações por web conferência. Exatamente por isso, existem muitas pessoas que usam o aplicativo como uma ferramenta efetiva de trabalho.
DOIS LADOS
Apesar de tantas qualidades, o aplicativo também tem o seu lado “vilão” por conta da possibilidade de ser um disseminador de fake news, que nada mais são do que notícias falsas, ou seja, informações sem comprovação técnica, científica ou documental. Obviamente que isso não é culpa apenas do Whatsapp, mas sim de seus usuários.
Por isso, todo cuidado é pouco na hora de compartilhar uma informação. O ideal é verificar sua procedência antes de passar para frente, pois isso pode trazer consequências graves para terceiros, sejam eles pessoas, empresas ou organizações. De tão sérias que são, as fake news podem até mesmo prejudicar ou beneficiar um determinado candidato às eleições, virando até assunto de comissão parlamentar.
COMO CHECAR?
Existem alguns projetos e iniciativas para verificar se a notícia é ou não uma fake news. Podemos destacar a Agência Lupa, que é a primeira do Brasil a realizar esse tipo de checagem. Foi criada pelo jornal Folha de S.Paulo, e está diretamente vinculada a fatos relacionados às Eleicões.
Já o projeto Fato ou Fake foi criado pelo Grupo Globo de Comunicações e faz a apuração de notícias falsas sob a visão de uma equipe composta de jornalistas que trabalham nos veículos G1, CBN, Época, TV Globo, Globo News, Valor Econômico, entre outros.
Outra opção, o projeto Fake Check foi criado pela Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). O mesmo utiliza inteligência artificial para avaliar se um determinado texto é verdadeiro ou falso. Aproveite essas ferramentas e nunca mais passe notícia falsa adiante!
*JULIANO SCHIMIGUEL é pesquisador, professor universitário e escreve sobre tecnologias da informação e comunicação (TICs), além de seu impacto na sociedade e no ensino. Para encontrá-lo, basta acessar seu perfil no Linkedin ou mandar um e-mail: [email protected]