A notícia de que Sérgio Paulo Rouanet, criador da Lei de Incentivo à Cultura, morreu por consequências da Doença de Parkinson foi confirmada, neste domingo (3). Desde então, políticos e instituições se pronunciaram sobre esta grande perda para a cultura brasileira.
O líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (REDE), foi um deles. O senador escreveu: “Recebemos a triste notícia da partida do grande Sérgio Paulo Rouanet. Ele dedicou sua vida à luta pelos direitos humanos, pela cultura, por todos aqueles que são gravemente atingidos pela desigualdade. Foi e sempre será um exemplo! Meus sentimentos à família”.
Recebemos a triste notícia da partida do grande Sergio Paulo Rouanet. Ele dedicou sua vida à luta pelos direitos humanos, pela cultura, por todos aqueles que são gravemente atingidos pela desigualdade. Foi e sempre será um exemplo! Meus sentimentos à família. pic.twitter.com/bGpqNcVBB7
— Randolfe Rodrigues (@randolfeap) July 3, 2022
Do outro lado do espectro político, o ex-governador de São Paulo, João Dória, escreveu: “A cultura brasileira chora a morte de Sérgio Rouanet, ex-ministro, diplomata, autor da lei que beneficia a cultura no país. Minha solidariedade aos familiares e amigos, em especial à Bárbara, sua esposa”.
A cultura brasileira chora a morte de Sérgio Rouanet, ex-ministro, diplomata, autor da lei que beneficia a cultura no país. Minha solidariedade aos familiares e amigos, em especial à Bárbara, sua esposa.
— João Doria (@jdoriajr) July 3, 2022
Já o deputado federal Bohn Gass (PT) lamentou a morte do intelectual e ainda relembrou a críticas de Jair Bolsonaro (PL) à lei desenvolvida por Sérgio: “Morreu, hoje, no Rio, o ex-ministro da Cultura Sérgio Paulo Rouanet, autor da Lei de Incentivo à Cultura no Brasil [Lei Rouanet], um dos alvos preferidos das calúnias do bolsonarismo tosco, desonesto e ignorante. Obrigado, Rouanet, por sua contribuição à cultura brasileira”.
Morreu, hoje, no Rio, o ex-ministro da Cultura Sergio Paulo Rouanet, autor da Lei de Incentivo à Cultura no Brasil [Lei Rouanet], um dos alvos preferidos das calúnias do bolsonarismo tosco, desonesto e ignorante. Obrigado, Rouanet, por sua contribuição à cultura brasileira. pic.twitter.com/xaqWRUVdZw
— Bohn Gass (@BohnGass) July 3, 2022
No jornalismo também houveram homenagens à ele. Leonardo Attuch, membro da Comissão de Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos da Associação Brasileira de Imprensa, lamentou o falecimento de Sérgio. E o professor Juremir Machado da Silva falou sobre a oportunidade de dialogar com o intelectual.
Morreu, aos 88 anos, o diplomata Sérgio Paulo Rouanet, que foi responsável pela principal lei de fomento cultural do Brasil e que teve o nome conspurcado pelos fascistas. Descanse em paz.
— Leonardo Attuch (@AttuchLeonardo) July 3, 2022
Foi um refinado pensador da crise da modernidade. Tive a honra de dialogar com ele e de analisar suas ideias em meu livro Anjos da perdição.
sergio paulo rouanet (1934 – 2022) – Morre Sergio Paulo Rouanet, criador da lei de incentivo à cultura, aos 88 anos https://t.co/mZwcF4vYHx— Juremir Machado da Silva (@juremirm) July 3, 2022
A Academia Brasileira de Letras (ABL), onde Sérgio ocupava a 13ª cadeira, também prestará homenagem ao diplomata. Na próxima quinta-feira (7), a ABL fará uma Sessão da Saudade em sua memória.
FALECIMENTO
Sérgio Paulo Rouanet, criador da Lei de Incentivo à Cultura de mesmo nome, faleceu neste domingo (3), aos 88 anos, em decorrência da Doença de Parkinson.
Diplomata, professor, filósofo, ensaísta e antropólogo, ele foi Secretário de Cultura da Presidência da República do Brasil, entre 1991 e 1992, período no qual criou a Lei Rouanet (Lei 8.313/91), principal mecanismo de fomento à cultura do país, e estabeleceu o Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac).
Rouanet também ocupava a cadeira nº 13 da Academia Brasileira de Letras (ABL) e a cadeira nº 34 da Academia Brasileira de Filosofia (AFL). Ele se destacou pela tradução ao português das obras do filósofo alemão Walter Benjamin.
A notícia da morte do intelectual foi confirmada pelo Instituto Rouanet, fundado em 2020 por Sérgio e sua esposa, a escritora Bárbara Freitag, cujo objetivo é valorizar a emancipação humana por meio da cultura e da educação.
Nas redes sociais, o Instituto escreveu: “É com muito pesar e muita tristeza que informamos o falecimento do Embaixador e intelectual Sérgio Paulo Rouanet, hoje pela manhã do dia 3 de julho. Rouanet batalhava contra o Parkinson’s, mas se dedicou até o final da vida à defesa da cultura, da liberdade de expressão, da razão, e dos direitos humanos. O Instituto carregará e ampliará seu grande legado para futuras gerações”.
Confira o comunicado:
CARREIRA
Sérgio Paulo Rouanet se formou em Ciências Jurídicas e Sociais na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e se especializou em Economia, Filosofia e Ciências Políticas.
Ele foi docente na Universidade de Brasília (UnB), no Instituto Rio Branco e na Universidade de Oxford (Inglaterra).
Além disso, ele passou por embaixadas, delegações e consultados do Brasil em diversas cidades do mundo, como Nova Iorque, Genebra e Berlim.
No jornalismo, atuou no ‘Jornal do Brasil’, publicando artigos na coluna ‘Eles pensaram por nós’, incluso no suplemento literário da edição carioca.