Rubia Andrade Daniels não ganhou na loteria, mas passou bem perto disso: a brasileira comprou três casas na Itália por apenas R$16. A situação para lá de incomum, claro, chamou atenção da internet do país – e não faltaram interessados em se mudar para o país europeu.
“Queria ver para crer. Em três dias eu já tinha comprado a minha passagem, marcado o hotel, reservado um carro. Aí eu fui para a Itália pra tentar pegar mais informação, saber se aquilo ali era realmente real. Foi assim que tudo começou”, contou ela em entrevista à revista Nossa.
Apesar de, inicialmente, Rubia achar que o anúncio seria “bom demais para ser verdade”, o sucesso de sua empreitada fez com que uma legião de possíveis novos interessados em adquirir as residências italianas pelo preço simbólico surgissem. Afinal, como isso é possível? É o que AnaMaria Digital te explica.
ENTENDA
O anúncio de venda de casas em regiões afastadas da Itália por apenas 1 euro, cerca de R$5 na cotação atual, faz parte de um programa de incentivo do governo local. A ideia é fazer com que as cidades, muitas vezes abandonadas e despovoadas, voltem a ser atrativas para comércio, turistas e população local.
Cada uma das regiões tem suas próprias regras, mas, de maneira geral, alguns requisitos específicos precisam ser cumpridos pelos futuros moradores. Os compradores precisam reformar e modernizar as casas de arquitetura medieval em cerca de três anos.
“Você tem que pagar pelo serviço, no caso, o serviço das agentes e a escritura da casa. A casa em si é quase gratuita. Porque um euro é simbólico”, conta a brasileira, que mora na California, nos EUA, e começou a reforma pouco depois da compra.
GASTOS
Então, se seu objetivo é arrumar as malas e se mudar rumo ao interior do país europeu, vale pensar duas vezes quando o assunto é dinheiro. Muito além do simbólico euro oferecido, os custos das reformas podem valer uma boa casa no Brasil.
Rubia afirma ter gastado apenas 2 mil euros, cerca de R$10 mil, na reforma de sua primeira casa italiana, mas sabe que essa não é a realidade de todos os imóveis: “Varia, porque o que determina a reforma é o tamanho e a condição que está o prédio.
Prova disso é o segundo imóvel, onde ela prevê gastar algo em torno de R$ 105 mil e R$ 130 mil na conversão para a moeda brasileira. Ao mesmo tempo, esse valor pode se aproximar da casa dos R$ 500 mil nos casos de imóveis mais antigos.
A ESCOLHA DELA
Atual proprietária das três residências de Mussomeli, cidade de 10 mil habitantes da região da Sicília, Rubia conta que a estrutura do local foi fundamental para a escolha. Apesar da arquitetura antiga, a cidadezinha conta com hospitais, restaurantes e postos de gasolina.
“Eu fui uma das pioneiras. Quando eu cheguei lá em 2019, por exemplo, no dia que eu fiz o tour, era só eu e havia umas 100 a 150 casas disponíveis”. No entanto, ela ressalta que a facilidade encontrada por ela há quatro anos já não é mais tão comum.
Rubia conta que as atuais visitas às casas disponibilizadas contam com ao menos mais 30 pessoas: “Tem gente do mundo inteiro indo para lá e comprando essas casas”.