Após passar três meses nos Estados Unidos, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) retornou ao Brasil. Alguns de seus apoiadores foram ao aeroporto recebê-lo, mas receberam uma multa por obstruir o acesso ao Aeroporto de Brasília.
Jair Bolsonaro chegou ao Brasil no dia 30 de março, às 6h36, por meio de um voo comercial da Gol que chegou ao Aeroporto Internacional de Brasília.
Uma operação comandada pela Secretaria de Segurança do Distrito Federal (SSP-DF) já visava garantir a mobilidade e o acesso ao local. Assim, o Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) e a Polícia Militar do DF (PMDF) aplicaram 107 autuações de trânsito e levaram 19 carros ao depósito.
O ex-presidente, no entanto, não parou para conversar com apoiadores por motivos de segurança, e seguiu direto para a sede do PL, no centro de Brasília.
Durante o trajeto, apoiadores de Bolsonaro ficaram na lateral da pista de saída do aeroporto, o que causou lentidão no trânsito.
BOLSONARO E AS JOIAS
O ex-presidente Jair Bolsonaro não poderá usar nem vender as joias recebidas do governo da Arábia Saudita. A determinação foi feita pelo ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União (TCU), que acatou um pedido do subprocurador-geral do órgão, Lucas Furtado.
Em decisão publicada na noite desta quinta-feira (9), Nardes determinou que o ex-presidente deve preservar “intacto, na qualidade de fiel depositário, até ulterior deliberação desta corte de contas, abstendo-se de usar, dispor ou alienar qualquer peça oriunda do acervo de joias objeto do processo em exame”.
A emissora CNN afirmou nesta semana que Bolsonaro admitiu ter incorporado ao seu acervo pessoal uma caixa contendo um relógio de pulso, um par de abotoaduras, uma caneta, um anel e uma espécie de rosário. O ex-presidente ainda não falou publicamente sobre o caso. Além dessa caixa, existem outros itens também recebidos a título de presente do governo árabe. Trata-se de um colar, um anel, um relógio e um par de brincos de diamantes. Esses seguem em posse da Receita Federal.
Relator do processo do TCU, Nardes determinou ainda investigações para verificar se a Polícia Federal e a Receita Federal atuaram de forma adequada na apuração dos fatos relatados e se esses órgãos sofreram pressão interna pela alta cúpula do governo anterior. O TCU investiga o ex-presidente por tentativa de receber ilegalmente joias com valor total estimado em cerca de três milhões de euros, equivalente a cerca de R$ 16 milhões.
“O Tribunal de Contas da União informa que, em relação ao processo que trata […] a respeito de indícios de irregularidades afetos à tentativa de entrada no país de joias no valor total de 3 milhões de euros, adotou as medidas necessárias para o saneamento dos autos por meio de realização de diligência à Polícia Federal e à Receita Federal, assim como de oitiva dos responsáveis Jair Messias Bolsonaro e Bento Albuquerque, por meio do despacho do Relator, ministro Augusto Nardes”, informou o TCU.
MINISTRO AUGUSTO NARDES
Aliado de Bolsonaro, Nardes foi escolhido para relatar o caso. O senador Jorge Kajuru (PSB-GO) acionou o presidente do TCU, Bruno Dantas, para pedir a suspeição do ministro.
No fim de novembro, Nardes pediu licença do TCU por cinco dias após a divulgação de áudios de WhatsApp. Nas gravações, ele afirmou que estava “acontecendo um movimento muito forte nas casernas” e haveria um “desenlace bastante forte na Nação”, em referência às manifestações antidemocráticas nas portas de quartéis após a derrota de Bolsonaro nas urnas.
Assim que os áudios vazaram, a assessoria de Nardes divulgou uma nota na qual afirmava que o ministro repudia manifestações antidemocráticas e lamentava a interpretação do áudio dirigido a um grupo de amigos.
Edição: Marcelo Brandão