A corretora XP Investimentos suspendeu a publicação de uma pesquisa de intenção de voto após receber ataques de bolsonaristas e sofrer com fechamento de contas, segundo informações publicadas pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, nesta quinta-feira (9).
Últimas enquetes mostravam Lula (PT) com ampla vantagem sobre Jair Bolsonaro (PL). Inclusive, em uma pesquisa que questionava aos eleitores quem eles consideravam o candidato mais honesto, 35% respondeu que considerava o petista mais honesto que o atual presidente.
Isso agravou os ataques à XP Investimentos, que cancelou a publicação no levantamento mais recente que seria divulgado nesta sexta-feira (10). Para tentar amenizar a situação, a corretora decidiu passar a divulgar as pesquisas mensalmente, e não mais semanalmente.
Em nota, a XP Investimentos reforçou que a pesquisa não será cancelada e só ampliará sua periodicidade para ter um “número de entrevistas ampliado em relação aos levantamentos anteriores, oferecendo uma ferramenta ainda mais ampla para que os investidores compreendam o cenário eleitoral e seus impactos no mercado”.
A colunista informou que os ataques são feitos pelas redes sociais, e que até mesmo o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), um dos filhos do presidente, chegou a ironizar as pesquisas.
Além disso, houve uma espécie de boicote à corretora. Isso porque muitas pessoas que apoiam o atual governo retiraram seus investimentos ou fecharam suas contas na XP, principalmente clientes relacionados ao agronegócio. Alguns acionistas da corretora têm questionado as pesquisas internamente.
7 DE SETEMBRO
Jair Bolsonaro (PL) convocou seus apoiadores para irem à guerra “por liberdade” no 7 de setembro, dia da Independência do Brasil.
Em entrevista ao SBT, o presidente disse que isso significa que novas manifestações ocorrerão no feriado deste ano, assim como no ano passado, em que o bolsonarismo se mobilizou por um golpe militar no país.
Jair Bolsonaro disse que a manifestação serve para mostrar “de que lado o povo está”: “Eles querem aproveitar a data, do 7 de setembro, para ter uma grande concentração nas capitais. Vai ser um 7 de setembro e também um apoio a um possível candidato que esteja disputando”.
“E isso está mais do que claro. É uma demonstração pública de que grande parte da população apoia um certo candidato, enquanto o outro lado do outro candidato não consegue juntar gente em lugar nenhum do Brasil”, comentou o presidente sobre a organização da manifestação.
Ele ainda informou quais serão os alvos da ofensiva: Edson Fachin, o atual chefe do TSE, e Alexandre de Moraes, o futuro presidente do tribunal. Como justificativa, Bolsonaro voltou a contar a fake news de que há uma sala-cofre na Justiça Eleitoral na qual se manipula o resultado da eleição.
“No meu tempo ganhava eleições quem tinha voto dentro da urna. Agora parece que quer que ganhe eleições quem tem um amigo pra contar esses votos dentro da sala-cofre”, disse o pré-candidato do PL.