Aos 23 anos de idade, Vitória Strada protagoniza a terceira novela.
Em 2017, viveu Maria Vitória em ‘Tempo de Amar’. Em 2018, foi Cristina em ‘Espelho da Vida’. E agora interpreta a desastrada Kyra de ‘Salve-se Quem Puder’. Todas tramas da Globo.
O desempenho da atriz no atual folhetim fez com que os críticos de televisão a apontassem como o grande destaque da história até aqui. E ela merece o elogio.
Vitória se permite viver a biografia da personagem, se aprofunda, se joga. Nesta entrevista, ela fala sobre isso e repercute como lida com a exposição quando questões da vida particular, como o namoro com a atriz Marcella Rica, vem à tona.
COMO É SALVE-SE QUEM PUDER PARA VOCÊ?
Trata-se de uma novela que entrelaça as histórias de três meninas que se encontram em um furacão. E isso acaba as unindo. Estou muito feliz por contar essa história com Juliana Paiva, a Deborah Secco e um elenco tão amigo. A minha personagem, a Kyra, virou Cleide porque, como todo mundo já viu, as meninas entraram em um programa de proteção à testemunha depois de presenciar um assassinato. Então, precisam se manter escondidas e com uma nova identidade. Nesse meio-tempo, elas vão se conhecendo, e se unindo.
E COMO É A KYRA?
Ela é muito leve, tem uma alma jovem. É uma decoradora que tem, desde muito nova, o sonho de se casar. Brinco que ela vive no próprio conto de fadas e, quando está prestes a realizar o sonho de casar com o amor da vida, o Rafael [Bruno Ferrari], acontece esse furacão.
E AÍ A HISTÓRIA SE DESENROLA?
Ela vai morar em um sítio para preservar a identidade. Lá, precisa lidar com uma galinha e ela não está acostumada com animais. Inicialmente, parece patricinha, mas é muito humana. Ela tem uma vida confortável e, de repente, precisa tirar leite de vaca, uma coisa totalmente fora da realidade dela. Então, precisa aprender a lidar. Estou me divertindo bastante.
COMO FOI GRAVAR AS CENAS ENVOLVENDO O FURACÃO?
Uma loucura. Gravamos por 20 dias na chuva e com muita água. Então, rolou muita vitamina C para segurar essa saúde. Foi uma experiência incrível, me senti em Hollywood, pois foi a primeira vez que gravo algo com esse nível de produção, muito efeito especial… Além de precisar imaginar muita coisa, porque gravamos em uma piscina e tínhamos que nos imaginar em uma cidade derrubada. Não foi fácil, mas foi uma experiência muito boa.
E O QUE ACONTECE COM A KYRA AGORA?
Quando vão morar no sítio, elas decidem voltar para São Paulo. Porém não podem aparecer para as próprias famílias e decidem uma cuidar da família da outra. A Alexia [Deborah Secco] cuidará do noivo da Kyra para ele não voltar para a ex. A Kyra entra na família da Alexia para cuidar do avô e dos priminhos pequenos como babá. É um disfarce, porque ela nunca foi babá. Mas as crianças são lindas, embora sejam pestinhas. Elas acham que a babá quer roubar o lugar da mãe delas. A Kyra começa a novela mostrando uma alma muito leve, infantil, mas tem um lado maternal forte. Ela é a única que consegue lidar com o avô da Alexia.
O ALAN (THIAGO FRAGOS), PATRÃO DA KYRA, SE APAIXONARÁ POR ELA?
A minha personagem não pode dizer que está viva para o noivo, mas também não quer que ele siga adiante com a vida dele porque ela quer casar com aquele noivo. E, então, a Kyra começa a conviver com o Alan. Eles se dão muito bem, ela consegue fazê-lo rir, coisa que não acontecia desde que ficou amargurado por ter perdido a mulher. E assim, de uma forma bastante ingênua, os dois vão se aproximando, se completando.
COMO É GRAVAR COM UMA GALINHA?
Eu estava acostumada com um registro de personagens muito densas. Brincamos que a Filipa, a galinha, é praticamente a protagonista da novela, porque teoricamente ela fala. A Kyra cismou que a Filipa a odeia, e o mais engraçado é que são três galinhas trigêmeas que interpretam: Filipa, Raquel e Juliana. Elas são uns doces, nunca me atacam, mas finjo que estão me atacando. A Kyra só é simpática com a Filipa quando ela está chocando um ovo, e ainda diz: “Filipa, também quero muito ser mãe”. [risos]
E JÁ TIROU LEITE DE VACA?
Na vida real sim, mas na novela não. Apesar de ter sido criada na cidade, não tenho medo desses animais. Só quero saber, por exemplo, como segurar direito para não machucá-la. Da mesma forma que a gente respeita as limitações das pessoas, não podemos nos aproximar de um animal e pegá-lo de qualquer jeito.
KYRA É ATRAPALHADA E ROMÂNTICA. TEM MUITO DE VOCÊ NESSA PERSONAGEM?
Meu método de encarar o personagem é me permitindo viver como ele. Então, nas últimas duas novelas, eu estava um pouco mais densa, por personagens mais racionais. Já com a Kyra não. Eu penso e falo, mas ela é o oposto e se confunde toda. Muito do que aprendo com as novelas são técnicas, mas nunca deixo de lado a parte de viver o personagem. Então, me jogo! Eu sou muito romântica, mas a maneira como o cérebro funciona é diferente. A Kyra é espevitada, atrapalhada. Brinco que é como se o cérebro não se conectasse com o corpo. Estou trabalhando esse lugar ou nem conseguiria fazer essas cenas, atrapalhada e falando tão rápido.
VOCÊ E O BRUNO VIVERAM A MARIA VITÓRIA E O VICENTE EM TEMPO DE AMAR E ESTÃO JUNTOS DE NOVO. COMO TEM SIDO?
Amo o Bruno! Ele é um grande amigo, parceiro e fiquei feliz em saber que contracenaríamos de novo. A gente gravou algumas cenas no início e logo eles se separaram. Comparei uma foto da Maria Vitória e do Vicente com uma imagem da Kyra e o Rafael: estamos com a pose muito parecida. Porém, é totalmente diferente. É gostoso relembrar parcerias e contar uma nova história. Nós já temos afinidade e conseguimos criar coisas juntos.
O SEU NAMORO COM A ATRIZ MARCELLA RICA SE TORNOU PÚBLICO E SUA VIDA PESSOAL ACABOU EXPOSTA. TEM ESSE MEDO?
Não sei. Vivo cada passo por vez e entendendo a medida de cada coisa, porque elas mudam. Quando achar necessário falar certas coisas, falarei, mas quando eu quiser ficar reservada, ficarei. O que me incomoda, no geral, é a falta de respeito. Porém, graças a Deus, sempre tive uma relação muito boa com a imprensa. Claro, sempre tem uma notícia ou outra que sai com uma história que não aconteceu daquele jeito, mas faz parte.