O vereador bolsonarista Nikolas Ferreira (PL), de Belo Horizonte, publicou em suas redes sociais um vídeo expondo uma menina trans menor de idade dentro do banheiro feminino de um colégio da capital mineira, na última sexta-feira (1).
Após ser atacado por internautas, pela exposição de uma menor de idade em um ambiente íntimo, Ferreira pediu boicote à instituição de ensino – uma escola católica tradicional – por “doutrinação ideológica” e “negação da realidade”.
Na postagem do vídeo, o vereador ainda chama a aluna de travesti: “Eu faço aqui minha propaganda contrária. Se você está com um filho dentro do Santa Maria, tire seu filho desse colégio. Travesti no banheiro da escola da minha irmã”, escreveu na legenda.
As imagens mostram a menina sendo verbalmente atacada pela autora do vídeo. Segundo o próprio vereador, a pessoa que gravou a discussão é sua própria irmã de 16 anos, que aparece questionando violentamente a presença da outra adolescente no banheiro.
A vítima, por outro lado, se defende afirmando que sua presença ali é um direito previsto por lei e no regulamento da escola e a discussão acaba quando uma funcionária da limpeza adverte a menina das falas transfóbicas.
MEDIDAS JUDICIAIS
Em nota oficial, a direção do colégio em que o caso aconteceu, afirmou estar estudando as medidas judiciais cabíveis contra o parlamentar pela violação da privacidade da aluna, e esclareceu o posicionamento da escola sobre o tema.
“Estamos tomando as providências necessárias para as ações reparatórias cabíveis a partir da apuração das circunstâncias em que se deu a captação indevida de imagens em espaço privativo do colégio e de uma exposição inadequada e desrespeitosa da Instituição e de seus membros.”, declarou a direção.
“O Colégio Santa Maria Minas deixa claro que vinha cumprindo rigorosamente o que está previsto em normas legais que tratam do assunto e com a devida orientação a professores e funcionários para que a situação fosse sempre cercada do devido respeito a todas as pessoas da comunidade escolar”, finalizou.