Thalita Carauta vive um momento especial em sua carreira como atriz. É que ela está com a sua primeira protagonista em quase 30 anos de experiência. Em entrevista ao O Dia, ela falou sobre o sucesso de Adriana, personagem que revive traumas do passado em ‘Elas por Elas’.
“É uma personagem que está muito na sutileza, na subjetividade, nas situações que vão chegando pra ela. Em cada esquina tem uma reviravolta na vida dela, então, eu vou descobrindo a Adriana de acordo com as demandas da cena. De maneira mais concreta, a inspiração vem de tantas mulheres que você vê no ônibus, eu vejo dentro da minha casa… Esses exemplos de mulheres como a Adriana, tem que ser um trabalho mais sofisticado, de procura muito minuciosa, humanidade realista. Sem sobra de dúvida, é a personagem que mais me exigiu e que vai continuar sendo construído até o fim”, disse ela.
VISÃO PESSOAL
A boa recepção do público foi uma surpresa: “Quando a gente constrói um personagem, a gente não sabe exatamente como vai atingir as pessoas. A Adriana foi essa mulher que muita gente conhece, ou que muita mulher se identifica. Batalhadora, uma mulher muito íntegra. Mesmo que você não seja, você conhece alguém parecida, uma mãe, ou irmã, que tem essa história de ser mãe solo, teve que ir pra vida muito cedo. Ela conseguiu se reerguer, construir uma vida, mesmo passando por abalos emocionais. Ela é uma mulher muito brasileira, partindo dessa perspectiva das mães solo, de como a mulher negra é tratada, de quem não é escolhida para casar, que sofre determinados abusos… Mesmo assim, não dá pra ter essa certeza de que o público vai torcer, então é sempre uma surpresa e uma expectativa quando você lança um personagem para o mundo”.
“Foi muita caminhada. Hoje eu trabalho com pessoas e estou inserida em projetos que nunca pensei que fosse possível”, admite. “Fico feliz quando olho pra trás e vejo que vim até aqui pelo meu trabalho. Não sou herdeira, ninguém me colocou aqui dentro. Eu batalhei por cada coisa foi conquistada”, ressalta.