Em Liberdade, Liberdade, ela interpretou a Ascensão, uma curandeira misteriosa que vivia à margem da sociedade e foi até presa porque seus costumes não eram aceitos. Já nos bastidores da novela, Zezé Polessa não lembra em nada sua personagem. Não faz mistério em relação a nenhum assunto, assume que colocou botox e detestou, brinca com o fato de atuar várias vezes com o ex-marido Daniel Dantas e se diz preocupada com tudo que pode estar relacionado ao seu corpo. “Só como orgânico, cortei farinha, refrigerante e faço ginástica em casa, com um treinador particular”, ela conta.
Você acha que a submissão já incomodava muito as mulheres na época de Ascensão?
Acho que o sentimento da mulher mudou bastante. Até mesmo a Joaquina [Andrea Horta], que é a revolucionária da novela, não questiona muito o papel da mulher. Ela se mostra indignada com o tratamento que dão aos escravos, com o ser humano que está ali, mas não lembro de nenhuma cena que ela fale sobre casamento, como é a mulher disso ou daquilo. Ela briga com o pai, mas tem hora que ela baixa a cabeça.
Então era natural a mulher baixar a cabeça para tudo?
Sim, naquele tempo se achava uma coisa natural, assim como era considerado normal maltratar o escravo como era feito… Como
eles falam na novela, o negro não era um ser humano para os brancos. Acho que deveria ser horrível para um branco açoitar um negro, mas era o certo a fazer naquela época e por isso se achava normal.
Como está sua vida fora da TV?
Estou fazendo um filme e a minha rotina é uma loucura. O filme se chama Terapia de Casal. Na história, eu sou casada com o meu ex-marido da vida real, o Daniel Dantas, que é pai do meu filho. É muito engraçado. Uma vez ou outra acabamos trabalhando em projetos juntos. O diretor me perguntou se poderia chamá-lo para ser meu marido e eu topei sem problemas.
E qual o segredo para se dar tão bem assim com um ex-marido?
Esse tipo de relação é raro… Deve ser porque a gente se dava muito mal quando era casado [risos]. Brincadeira, não é que a gente se desse mal, mas era outra época, muito mais difícil que agora. Eu estava largando a faculdade de medicina para ser atriz e ele também começando a fazer algumas coisas na televisão. Depois que o casamento acabou, ele namorou outra pessoa, eu também…
Aí o tempo foi passando e começamos a nos ver de outra forma. Tudo passa, não é mesmo? Hoje a gente tem um relacionamento muito bacana mesmo e isso é maravilhoso.
Você é vaidosa?
Eu sou ligada a tudo que diz respeito ao corpo, desde a alimentação até as atividades físicas. Na minha casa, eu só como orgânico. Só fujo disso mesmo se estiver na rua e não tiver mais nada para comer. Eu cortei farinha branca e não bebo refrigerante há muito tempo. O problema é que adoro doce, mas a solução que encontro para ser mais saudável é comer doce da fruta, goiaba e laranja-da-terra, por exemplo.
E o que faz de atividades físicas?
Não faço nada demais, tenho um treinador que vai à minha casa e faço uma horinha de série por dia e tudo bem. Fiz ioga durante muitos anos e isso me ajudou.
E no rosto? Já aderiu ao botox?
Olha, uma vez eu coloquei e fiquei tão feia, que não faço mais, desisti! Eu estava fazendo uma novela e fui levantar as sobrancelhas e uma foi e a outra ficou [risos]. Agora faço só tratamentos estéticos, levo uns choquinhos no rosto de vez em
quando, faço muita ginástica facial para preservar a expressão.
“Depois que o casamento acabou, o tempo foi passando e começamos a nos ver de outra forma. Hoje temos uma relação muito bacana!”