A Sociedade Brasileira de Infectologista (SBI) divulgou nesta terça-feira (17) uma nota otimista sobre o uso de dexametasona no tratamento da COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus.
“Temos o primeiro tratamento farmacológico para COVID-19 que mostrou impacto em reduzir a mortalidade! Finalmente temos uma ‘boa nova'”, diz o informe, assinado pelo médico Clóvis Arns da Cunha, presidente da organização, que ainda chamou este de um “dia histórico”.
De acordo com a SBI, um estudo feito pela Universidade de Oxford (Reino Unido) encontrou a primeira droga que, comprovadamente, reduz a incidência de mortes pela COVID-19.
“Como temos insistido desde o início da pandemia, estudos clínicos randomizados e com grupo controle é que devem nortear nossa conduta de como tratar”, ressalta no comunicado.
COMO FOI?
Para o estudo RECOVERY (Randomised Evaluation of COVid-19 thERapY), 2.104 pacientes tomaram a dose de 6mg de dexametasona por via oral ou por via endovenosa uma vez ao dia, durante 10 dias, enquanto outros 4.321 tiveram apenas os cuidados normais necessários.
De acordo com resultados preliminares do trabalho, ocorreu uma redução da mortalidade (em 28 dias) de 1/3 (33,3%) nos pacientes em ventilação mecânica – ou seja, os que precisaram ser entubados.
Além disso, também aconteceu uma redução da mortalidade (em 28 dias) de 1/5 (20%) nos pacientes que precisavam apenas de oxigênio, mas vale ressaltar que a medicação não fez a diferença nos pacientes que não se enquadravam nos dois casos anteriores. Ou seja: apesar de doentes, não necessitavam de oxigênio fora da UTI e muito menos de ventilação mecânica. “Medicação barata e de acesso universal”, ressalta a SBI.