Sergio Moro decidiu deixar o cargo de Ministro da Justiça na manhã desta sexta-feira (24), após Jair Bolsonaro demitir o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo.
De acordo com a Folha de S. Paulo, o ministro avisou Bolsonaro durante a manhã que não ficaria no governo com a saída do diretor-geral escolhido por ele.
Moro anunciou um pronunciamento às 11h, e disse que tentou não pedir demissão durante a pandemia, mas foi “inevitável”. “Peço compreensão pela circunstância”, disse.
“Estamos passando por uma pandemia, busquei evitar que isso acontecesse. Foi inevitável. Peço compreensão pela circunstância”, disse.
Na sequência, ele relembrou seu antigo cargo, afirmando que sua atuação na Lava Jato mudou o patamar de combate à corrupção no país.
“Desde 2014, na Lava Jato, sempre tive preocupação com a interferência do Executivo na investigação, como na troca de diretor-geral e troca de superintendente”, prosseguiu.
INSISTÊNCIA
Moro acrescentou que, após sua nomeação como ministro, recebeu carta branca de Jair Bolsonaro para indicar todos os assessores da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Federal.
“Em todo este período tive o apoio do presidente em vários desses projetos. Mas a partir do segundo semestre do ano passado, passou a haver uma insistência na troca do comando da Polícia Federal”, revelou.
E acrescentou: “O presidente passou a insistir na troca do Valeixo. Eu falei que precisaríamos de uma causa, como um erro grave, insuficiência de desempenho. Mas o que eu via era um trabalho bem feito”.