Comprar a casa própria sempre foi suado para a maioria dos brasileiros. E agora ficou um pouco mais. Desde maio, a Caixa Econômica Federal mudou as regras do financiamento de imóveis usados. Antes era possível financiar até 80% do valor. Agora o limite máximo é de 50%. Na prática isso significa que o comprador precisa ter mais dinheiro na mão para dar de entrada. Além disso, os bancos anunciaram aumento dos juros.
Essas últimas mudanças desanimaram muita gente que estava se preparando para comprar um imóvel. Entretanto, José Dutra Vieira Sobrinho, economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia de São Paulo (Corecon-SP), afirma que, apesar de tudo, esta não é uma hora ruim para fazer negócio. O momento é propício para barganhar juros menores ou até descontos com o dono do imóvel, aproveitando que poucas pessoas estão dispostas a comprar. “Assim que a economia melhorar, a procura e, consequentemente, o valor dos imóveis vão aumentar. Aí será difícil conseguir fechar um bom negócio, ninguém vai querer baixar o preço”, diz.
Existem, ainda, outros fatores a serem levados em conta na hora da compra. Confira as dicas de Daniela Godinho, consultora em finanças pessoais, e de Daphnis Citti de Lauro, especialista em direito imobiliário, para se dar bem.
- Na região há estabelecimentos aos quais você costuma ir no dia a dia, como padaria, açougue, farmácia, supermercado? Caso contrário, será preciso tirar o carro da garagem ou pegar ônibus para tudo.
- Se você tem filhos, certifique-se de que há creches e escolas por perto. Assim, ninguém terá que acordar muito cedo para chegar na hora certa.
- O ideal é morar perto de algum ponto de ônibus ou estação de metrô ou de trem para que a ida ao trabalho não seja um transtorno.
- Se estiver buscando um apartamento, confira se há vaga na garagem e se a área de lazer está dentro das suas expectativas para não se arrepender mais tarde.
- Pergunte na vizinhança se a região é segura para morar. Aproveite e informe-se sobre o estilo de vida dos vizinhos. Se você for muito sensível a barulho, deve pensar duas vezes antes de decidir morar ao lado de alguém com três cachorros.
- Bate sol no imóvel? Você não quer ficar de moletom e meia dentro de casa, né? Além disso, a falta de luminosidade pode gerar umidade excessiva.
- Verifique se as paredes da casa não têm infiltrações, problema que pode descascar as paredes e até fazer descolar os revestimentos.
- Não seja apressada: mesmo que fique satisfeita com um local, visite-o algumas vezes e em horários diferentes. Esteja aberta para ver outros imóveis também. Depois faça uma lista com os prós e contras de cada um deles.
- Já escolheu? Então agora é necessário apresentar a documentação. Se precisar de ajuda, consulte um advogado para esclarecer todas as suas dúvidas.
Faça um planejamento financeiro
Será que dá?
Antes de sair procurando a casa ideal, faça as contas baseando-se no seu orçamento doméstico. Defina quanto você pode pagar pelo imóvel sem prejudicar a saúde financeira da família. O ideal é que a prestação mensal não ultrapasse 30% da renda.
De grão em grão
Tendo em vista as mudanças no sistema de financiamento, agora, mais do que nunca, é importante poupar para conseguir dar uma boa entrada e pagar menos juros. Guarde todo mês, mesmo que não seja muita grana.
Disciplina e foco
Evite gastar com aquilo que não é urgente ou importante. Para comprar um imóvel é preciso ter foco! Jantar fora toda hora deve ser evitado, por exemplo.
Família unida
Estabeleça um acordo com todos da casa para vocês conseguirem guardar mais dinheiro e de forma rápida. Fazer bicos e trabalhar algumas horas a mais por semana pode render uma grana extra!
E o condomínio?
Se estiver procurando um apartamento, não se esqueça de incluir no orçamento o valor do condomínio. Você vai precisar levar isso em conta, além das parcelas.
Banco mais barato
Os juros podem variar bastante de um banco para outro. Segundo um levantamento da Proteste, eles vão de 9% a 11% ao ano. Por isso, faça diversas simulações e opte pela instituição que oferecer a menor taxa. Quando fizer a pesquisa, pergunte sempre pelo Custo Efetivo Total (CET), que contempla, além dos juros, todos os encargos financeiros embutidos no financiamento.
Ainda tem a documentação!
Você deverá arcar com os custos da escritura e de alguns impostos, que não estão incluídos no valor do imóvel. Ponha essas despesas na conta também!