Para o Partido dos Trabalhadores (PT), o inquérito que está apurando a atuação de supostos hackers para invadir o celular do ministro Sérgio Moro se tornou uma armação contra o partido.
A nota oficial sobre o assunto foi divulgada na noite da última quarta-feira (24), após Ariovaldo Moreira, advogado do DJ Gustavo Henrique Elias Santos, um dos presos no caso, ter dito que a intenção de Walter Delgatti Neto, apontado como o hacker que invadiu os celulares de Moro, era vender as mensagens que obteve ao PT.
A PF prendeu quatro suspeitos de envolvimento na invasão do celular de Moro. De acordo com o juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília, há “fortes indícios” de que os presos se uniram para violar sigilo telefônico de autoridades.
“O ministro Sergio Moro, responsável pela farsa judicial contra o ex-presidente Lula, comanda agora um inquérito da Polícia Federal com o claro objetivo de produzir mais uma armação contra o PT. As investigações da PF sobre as pessoas presas em São Paulo confirmam a autenticidade das conversas ilegais e escandalosas que Moro tentou desqualificar nas últimas semanas”, diz a nota do partido.
VAZAMENTO
As conversas mencionadas pelo PT estão diálogos entre Moro e procuradores da Operação Lava Jato no período em que o ministro ainda era juiz. Elas foram reveladas pelo jornal The Intercept e, segundo o site, Moro orientou a atuação de uma força-tarefa do Ministério Público.
Desde a divulgação dos diálogos, o ministro da justiça e os procuradores têm negado que houve orientação e afirmado que houve uma invasão criminosa dos celulares.
“É criminosa a tentativa de envolver o PT num caso em que é Moro que tem de explicar e em que o maior implicado é filiado ao DEM”, diz o partido em um trecho da nota.