Sabia que o cavalo retratado com Deodoro da Fonseca durante a Proclamação da República lucrou bastante com o fim da monarquia brasileira? Quem contou essa história foi Laurentino Gomes, autor de ‘1822’ e outros livros sobre o Brasil, que contou alguns bastidores do que aconteceu naquele dia em uma série de posts em seu Twitter.
De acordo com o historiador, tudo teve início ainda na na madrugada de 15 de novembro de 1889, com o Marechal Deodoro da Fonseca gravemente enfermo, de cama. Como os líderes republicanos achavam que ele morreria antes do amanhecer, entrou em cena um personagem curioso: o cavalo que proclamou a República.
Chocado com a notícia de que as tropas do exército marchavam do bairro de São Cristóvão para o centro do Rio de Janeiro (RJ) mesmo sem ele, Deodoro levantou-se da cama e, fraco e cambaleante, foi se encontrar com os soldados.
Perto do Gasômetro, viu as forças sublevadas que vinham na direção contrária. Ainda muito debilitado, contou o historiador, ele precisou de uma charrete para cumprir o restante da jornada. Só que, ao chegar próximo do Campo de Santana, Deodoro pediu para montar a cavalo. “Não queria que o vissem chegar de charrete”, ressaltou Laurentino.
BONS SERVIÇOS
Precavidos, a pessoa responsável ofereceu o cavalo baio número 6, considerado o menos agitado na tropa do Primeiro Regimento de Cavalaria. E foi com esse animal que Deodoro depôs o imperador Pedro II. Isso tornou o pacato bicho seria também o primeiro beneficiário da então recente República Brasileira.
O baio número 6 foi aposentado do serviço militar por “bons serviços prestados” ao novo regime, passando o resto dos seus dias confortável, sem fazer nada, no estábulo do seu quartel. “Anos mais tarde, Deodoro diria: ‘Vejam os senhores, quem lucrou no meio de tudo aquilo foi o cavalo!'”, contou Laurentino.
Assim, chegou ao fim o reinado de D. Pedro II e o período de Monarquia no Brasil. O antigo imperador embarcou com a família dois dias após a Proclamação da República e morreu em um hotel em Paris, França, no dia 5 de dezembro de 1891, em consequência de uma pneumonia.