Paulo Coelho usou o seu Twitter, nesta quarta-feira (23), para fazer uma revelação. Segundo o escritor, há uma possibilidade de Raul Seixas tê-lo entregado para os militares durante a ditadura.
Na rede social, o autor de ‘O Alquimista’ mencionou uma reportagem da Folha de São Paulo, onde diz que o livro “Não Diga que a Canção Está Perdida”, de Jotabê Medeiros, traz documentos que sugerem a colaboração do cantor, morto há 30 anos, com os militares.
“Fiquei quieto por 45 anos. Achei que levava segredo para o túmulo”, escreveu na publicação.
O caso aconteceu em maio de 1974, quando Raul e Coelho lançaram o disco ‘Krig-ha, Bandolo!’, que, na época, tinha mais de 100 mil cópias vendidas.
De acordo com Jotabê, Raul foi chamado para dar um depoimento no Departamento de Ordem Política e Social (Dops) da ditadura militar, e ligou para o amigo para acompanhá-lo e ajudá-lo nos esclarecimentos sobre as músicas que os dois haviam feito em parceria.
No entanto, o que Paulo Coelho não sabia, era que essa não seria a primeira vez que Raul ia ao prédio. Vale lembrar que o autor passou por sessões de tortura por duas semanas.
“Comparei as datas e vi que, entre o primeiro depoimento de Raul ao Dops e o segundo depoimento, no qual ele levou Paulo Coelho, demorou pouquíssimo tempo”, afirmou Medeiros, em entrevista à Folha de S.Paulo, divulgada também nesta quarta-feira (23).