Foi em 2013, depois de dar vida a várias mocinhas simpáticas na Globo, que Paloma Bernardi encarnou sua primeira vigarista. Era a Rosângela de Salve Jorge (2014), que tentava de todas as formas ganhar a confiança da chefia do tráfico de mulheres na Turquia, lembra? Ao que parece, a bela “pegou gosto” pelas maldades e estreou na Record na pele de outra vilã, a Samara de A Terra Prometida. Ainda bem que na vida real ela continua queridíssima. Não poderia ser mais sorridente! E foi com brilho nos olhos que falou com a gente sobre interpretar uma das personagens principais da continuação de Os Dez Mandamentos.
Como é a sua vilã?
Não tenho nem palavras para dizer o que é Samara na minha vida. Uma personagem totalmente rica, com todas as nuances possíveis e impossíveis. É impulsiva, possessiva, mimada, se acha a “rainha do deserto”. Ela cai, tropeça, passa por dificuldades,
sente a dor e quando levanta não é com bons pensamentos… É com ódio! Trata-se de uma vilã movida pelo coração, por amor ou por ódio.
Você tem alguma característica em comum com ela?
Talvez essa impulsividade… Se bem que [pensa um pouco e muda de ideia]… Não, não sou tão impulsiva não! [risos] Porque sou
muito “caxias”. Cada passo que dou eu gosto de pesquisar antes quais seriam as consequências. Sou de analisar cada situação antes de tomar uma decisão. Talvez eu seja mais focada, assim como a Samara. Mas claro que escolho armas mais leves, mais sutis [risos] do que as dela.
Qual a diferença dessa personagem para as outras?
Ah, muitas. A novela toda é um diferencial: nunca fiz novela de época, nunca fui a grande vilã, nunca fiz novela bíblica. O texto é muito rebuscado, a interpretação tem mais peso, uma intensidade muito grande. Não tem uma cena de dia a dia, do tipo: “Oi, vamos ao cinema?” Não! Todas as nossas cenas são: “E aí, quando é que vai ser a guerra?” Somos os hebreus no deserto, correndo todos os tipos de risco. São inimigos, doenças, a vida complicada, o calor, o cansaço, a busca por algo maior que nunca chega… A intensidade que a novela está trazendo para a minha vida é muito grande e exige mais de mim, com certeza. O desafio acaba sendo cada vez maior.
Já se apaixonou sem ser correspondida?
Ah, quando era criança, sim. Tinha essas coisinhas de duas amigas gostarem do mesmo menino, e a gente brincava com isso. Mas é melhor ficar na infância. Coisas de criança!
Qual a sua expectativa?
Tenho certeza de que vai tocar o coração do público. Uma flecha certeira. Nós, hebreus, na novela, estamos em busca de uma Terra Prometida. E quem está assistindo em casa, de alguma forma, tem uma Terra Prometida dentro do coração. Nós todos temos. Seja um sonho profissional, pessoal, afetivo… A gente tem metas, obstáculos a serem derrubados, limites, barreiras. A novela é isso. São os desafios que a gente encontra pra alcançar o que a gente quer. E o Deus maior, que é o grande protagonista da novela, e da nossa vida. Então, o público vai se identificar com certeza!
Você acredita que o público está em busca desses valores?
Eu sempre estou. Acho que a fé é o que nos conduz, o que deixa a gente no eixo. Sou católica praticante. Vou à missa, rezo o terço. Eu confio a Deus a minha vida a cada segundo. O ar que eu respiro! Nós estamos vivos aqui por milagre. E é de Deus, são coisas que a gente não entende. Como é que eu estou viva, respiro? Como funciona o nosso organismo? A fé é o que nos motiva, o que deixa a gente conectado com nós mesmos, o que faz a gente seguir. E quanto mais a gente tem na televisão maneiras de mostrar esses bons costumes, bons pensamentos, valores… Isso se torna um exemplo pra quem está em casa. A gente nunca sabe o que está acontecendo na casa de cada um. E às vezes são tantos conflitos… De mãe com filho, com marido… Quando vem com uma novela que traz mais paz e pensamentos positivos, isso inspira de alguma forma, dá um frescor. A gente passa tanta dificuldade no dia a dia, tanto estresse. A novela 1 dá uma apaziguada no coração.