Confesso, quando li a sinopse de O Tempo Não Para achei o enredo “deveras” insólito. Afinal, uma tradicional família paulistana do século retrasado, congelada por 132 anos, “aportar” numa praia do Guarujá (SP) para botar o mundo de cabeça para o ar não parecia nada convencional.
E, lógico, não é, né, gente? Porém, bastou o primeiro capítulo da novela de Mário Teixeira nascer para milhares de brasileiros, inclusive euzinha, cairmos de paixão.
Os meses se passaram, a reta final da trama está aí, e o encantamento pela trajetória de Marocas, Samuca, dom Sabino, Carmen, Agustina & cia. só aumentou.
De todas as novelas exibidas atualmente, essa me fisgou de forma irresistível. Foi – e segue sendo – uma delícia ver as descobertas dos “congeladinhos” da Freguesia do Ó em tempos novos, tecnológicos e doidos como o nosso.
E que delícia o desempenho do elenco… Gente, o que é Juliana Paiva no papel dessa mocinha valente do século 19 se reinventando e lutando por seus valores e objetivos profissionais? E, claro, pelo amor de seu Samuca, feito pelo não menos talentoso Nicolas Prattes?
E a beleza das cenas de Edson Celulari (mais em forma do que nunca), Rosi Campos, Christiane Torloni e o mestre Milton Gonçalves? Confesso, amo vários tipos da novela, mas Eliseu já me levou às lágrimas, tamanha sensibilidade e disposição à vida!
Ele é o espelho de muitos brasileiros que, apesar das décadas de luta, ainda têm de batalhar duro pela sobrevivência. Aliás, o texto desse grande autor é tudo! Quantas mensagens com teor social e político ele transmite mesmo nas sequências cômicas?
Márcia Piovesan é jornalista multimídia, especialista e crítica de TV e celebridades. Também é radialista, influenciadora digital, participa de atrações como o A Tarde É Sua (RedeTV!) e dirige o portal de notícias que leva seu nome.