Uma estudante de 10 anos apaixonada por futebol, que está sendo impedida de participar do torneio escolar, recebeu mensagens de apoio das jogadoras da seleção brasileira feminina, na última terça-feira (5).
Emanuelle Oliveira joga em times com meninos desde os 5 anos de idade, mas a escola não permitiu que participasse do torneio, já que não conseguiu compor um time feminino. A mãe da menina entrou na justiça para permitir que a filha pudesse jogar e se divertir com os colegas, e o caso chegou à seleção brasileira feminina, que encheu a menina de incentivo e apoio.
“Quero falar para você nunca, nunca, nunca desistir dos seus sonhos. Continue sendo essa menina aguerrida, batalhadora, que eu tenho certeza que vai chegar onde você sempre sonhou”, foi o recado da atacante Debinha, acompanhada pelas outras titulares.
A meio-campista Duda falou sobre lutar para conquistar direitos: “Temos que ser perseverantes. Assim como você, eu lutei, e hoje estou aqui na Seleção. Espero que você também possa lutar e um dia chegar onde eu estou”, disse ela.
Por fim, a atacante Cristiane Rozeira também mandou uma mensagem: “Desejo boa sorte para você e tenho certeza que você vai tirar os próximos desafios ‘de letra’. E seja uma menina muito forte, lute pelos seus sonhos, seus objetivos”, incentivou.
CASO NA JUSTIÇA
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) já decidiu sobre o caso de Emanuelle. A menina conseguiu o direito de competir no evento escolar que acontecerá no próximo sábado (09).
Antes de procurar a justiça, Daniele Alves de Oliveira Martins, mãe da criança, tentou várias vezes conversar com a escola sobre o caso da filha. “A escola chegou a dizer que tinha que perguntar aos meninos se concordariam sair do time para uma menina jogar”, contou.
Daniele também organizou um pequeno protesto em que ela, a filha e outras mães ergueram cartazes com frases como “Mulher gosta de futebol sim! E joga muito bem, obrigada.”
O juíz responsável pelo caso declarou na decisão que o “simples fato de não ter uma equipe feminina” não poderia ser motivo para que a aluna não disputasse o campeonato. Caso a escola não cumpra a ordem, poderá pagar uma multa de até R$20 mil.
Procurada pelo portal do ‘G1’, o Colégio Santa Rita de Cássia, escola na capital mineira em que o caso ocorreu, afirmou em nota que “não tem ciência de qualquer determinação judicial sobre o assunto”.
“A competição do colégio é organizada, para os esportes de quadra, em equipes femininas e masculinas e as categorias de competição entram de acordo com o desenvolvimento de habilidades físicas e domínio dos fundamentos respectivos do esporte”, explicou a Instituição.
Já Emanuelle disse que “está se sentindo muito poderosa” com as mensagens das atletas.
“Eu fico muito feliz, porque eu vou poder jogar com os meus amigos e vou me divertir muito. A gente consegue o que a gente quer, os nossos direitos. Eu estou me sentindo muito feliz e muito orgulhosa de mim mesma e da minha mãe”, contou a menina após a decisão do juíz.