Roberto Leal faleceu na manhã deste domingo (15), no Hospital Samaritano, em São Paulo (SP), onde esteve internado desde a última terça-feira (10). O cantor português, que tinha 67 anos, lutava há quase dois contra um tipo específico de câncer de pele: o melanoma.
A causa da morte, confirmada ao UOL pelo hospital e por seu empresário, José de Sá, foi uma síndrome de insuficiência hepato-renal, gerada a partir de um melanoma maligno, que evoluiu e atingiu o fígado.
De acordo com o dermatologista Caio Lamunier, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e especialista em melanoma pelo ICESP – (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo), o melanoma consiste em uma mutação de uma célula chamada de ‘melanostro’, que tem a função de produzir a cor da pele. Após ocorrer a modificação, a célula torna-se cancerígena, desenvolvendo o câncer de pele.
Segundo o médico, é muito provável que, no caso do artista, o melanoma tenha sofrido uma metástase, ou seja, atingindo a corrente sanguínea e espalhado as células cancerígenas para outros órgãos do corpo.
“É uma evolução comum nesses casos, especialmente quando o tratamento não ocorre de forma precoce. Assim, a doença vai invadindo a pele, chega nos vasos sanguíneos e linfáticos, se espalhando pelo corpo. Geralmente afeta cérebro, pulmão, ossos e fígado, mas qualquer outro local pode ser acometido também. Quando começa a se espalhar, o tratamento fica muito difícil e a taxa de cura cai muito”, explica.
PREVENÇÃO É A CHAVE
O melanoma é um tipo mais agressivo de câncer de pele e representa cerca de 75% das mortes causadas pela doença. Ele pode surgir em qualquer parte do corpo que seja revestida por pele. Nos homens é mais comum a mutação se manifestar na região do tronco, enquanto nas mulheres, a incidência maior ocorre nos membros inferiores, como pernas e pés.
“Pode acontecer também nos olhos, embaixo da unha, nos pés, atrás da orelha ou no couro cabeludo. Mais raramente, podem surgir melanostros internos, como no estômago, intestino e nos músculos, mas isso é extremamente raro”, diz.
Sem soluções de prevenção genética, o Lamounier destaca que uma das maneiras para se prevenir a doença é protegendo-se do sol: “Vale proteger do excesso de sol e das queimaduras solares usando protetor solar, boné, chapéu, roupa e evitando os piores horários, que normalmente é o das 10h até às 16h.”
BUSCA ATIVA
Além disso, o médico ressalta que o diagnóstico precoce é essencial. Portanto, salienta a importância da realização de check-up anual com um dermatologista para investigar pintas suspeitas. Vale ainda pedir para o seu cabeleireiro, na hora de cortar o cabelo, dar uma geral no seu couro cabeludo atrás de manchas suspeitas.
“Examinando-as, o especialista pode eventualmente retirar uma pinta pequenininha, que podia se transformar em um melanoma agressivo no futuro”, explica. Lamunier ressalta ainda que a aparência do melanoma remete muito a de uma pinta comum, mas apresenta suas particularidades, sendo a principal delas a mudança de aspecto.
“Usamos a regra do ABCDE, A de assimetria, B de bordas irregulares, C de múltiplas cores, D de diâmetro maior do que 6 milímetros e por fim, E de evolução”, explica.
Percebeu algo assim? Corra para o médico!