Marcelo Adnet resolveu desabafar sobre os ataques que tem sofrido desde que revelou o abuso sexual que passou na infância. Em entrevista para o ‘Saia Justa’, da GNT, exibida na quarta-feira (15), o ator criticou os comentários ofensivos.
“Apesar dos ataques baixos e cretinos que me fizeram até, em algum momento, rir de pena de quem me atacava, a quantidade de carinho e apoio foi muito maior”, pontuou.
O humorista ainda destacou a importância de denunciar abusos mesmo diante do medo que a vítima sente ao se expor. “Ser abusado não é um crime. Eu teria vergonha de dirigir bêbado. Teria vergonha de avançar o sinal vermelho. Sabe? Teria vergonha de evadir impostos. Isso me daria muito mais vergonha do que ser vítima de abuso.”
Ele ainda comentou o longo processo que encarou para falar abertamente do assunto. “Eu tive mais de 25 anos para pensar nisso. Para estar falando agora com vocês foram mais de 25 anos. Então, tem essas peculiaridades no meu caso. O ser humano é um universo e cada caso é um caso.”
Marcelo caracterizou a violação que sofreu como “uma cicatriz” em sua vida. “Uma coisa traumática.”
ENTENDA
O humorista, de 38 anos, relatou que o crime aconteceu quando ele tinha 7 anos de idade e, depois, aos 11.
“Na primeira, nem sabia o que era sexo. O caseiro do lugar onde eu passava as férias começou a se aproximar de mim e pedir favores. Ele me chantageava dizendo que, se contasse algo a qualquer pessoa, meu cachorro morreria”, contou.
“Mais tarde, o pesadelo se repetiu com um amigo mais velho da família. Ele não chegou a consumar o ato, como o caseiro, mas me beijou e passou a mão no meu corpo. Foram dois episódios difíceis”, relatou.
Quando questionado sobre o motivo de nunca ter tocado no assunto publicamente, Adnet falou que precisou de muita terapia para lidar com os traumas.