Luiz Inácio Lula da Silva (PT) repudiou o ataque russo contra a Ucrânia, na manhã desta quinta-feira (24), defendendo que a discussão deveria ter ocorrido em “uma mesa de negociação”. Além disso, lamentou que, em pleno século 21, seja necessário resolver as diferenças entre países – sejam territoriais, políticas ou comerciais – através de bombas e ataques.
“Acho que ninguém pode concordar com guerra e a gente está acostumado a ver que as potências de vez em quando fazem isso sem pedir licença. Foi assim que os Estados Unidos invadiram o Afeganistão e o Iraque. Foi assim que a França e a Inglaterra invadiram a Líbia. E é assim que a Rússia está fazendo com a Ucrânia”, observou, durante entrevista à Rádio Supra FM, no Distrito Federal.
“É importante que essas pessoas aprendam que a guerra não leva a nada, a não ser destruição, desemprego, desespero, fome. O ser humano tem que tomar juízo resolver suas divergências em uma mesa de negociação, nunca em um campo de batalha”, completou.
Em outro momento, Lula aproveitou para criticar a ONU (Organização das Nações Unidas) por não ter agido com maior representatividade na questão. “Não adianta o secretário-geral da ONU ir para televisão lamentar. O que era importante era que a ONU tivesse agido sistematicamente diuturnamente para evitar que acontecesse”, observou.
MANDAR BOLSONARO PARA LÁ
O ex-presidente ainda aproveitou para ironizar a viagem do presidente Jair Bolsonaro (PL), que foi até a Rússia na semana passada para encontrar com Vladimir Putin. “Parece até uma piada, o Bolsonaro foi lá dizendo que ia resolver a paz e agora eu acho que é importante mandar ele lá para Ucrânia para ver se ele consegue resolver o problema. Como o Bolsonaro adora contar mentira, fazer fake news, ele foi lá e tentou passar para a sociedade que ele foi lá numa missão, ou seja, até hoje a gente não sabe o que ele foi fazer lá.”
Vale ressaltar que o atual presidente do Brasil esteve na Rússia com o objetivo de negociar o aumento de compra de fertilizantes. Na ocasião, disse ser “ser solidário à Rússia”, mas sem explicar o contexto dessa solidariedade.
Além disso, Bolsonaro afirmou ter sido pressionado a desistir da viagem a Moscou para encontrar o líder russo, mas disse que Putin “buscava a paz” e que “o caminho para a solução pacífica se apresentava”. No dia seguinte, Bolsonaro disse que, horas antes de sua visita, “por coincidência ou não, parte das tropas deixou a fronteira”.
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