Leandro Hassum não escondeu a emoção ao participar do ‘Tamanho Família’, programa da Globo, exibido no domingo (21). Isso porque ele revelou que o pai fazia parte da máfia italiana na década de 1990.
No momento da homenagem feita pela família, o humorista relembrou do pai, que foi preso por tráfico internacional de drogas, e contou que mesmo diante de erros, sente falta de sua figura paterna.
“O meu pai, com os erros e acertos dele, e eu falo sempre isso. Todos os homens e mulheres que passaram pela minha vida, com seus erros e acertos, me ajudaram a ser o homem que eu sou. Até quando o meu pai errou, ele me ensinou. Mas tem hora que falta o abraço do pai mesmo”, disse.
No momento da emoção, Hassum caiu nas lágrimas ao relembrar que não tem nenhuma foto com o pai. “Quando eu estava em São Paulo, filmando, com a família morando fora, a gente fica meio sozinho. Eu precisava dar um abraço no meu pai. E eu fui olhar uma foto e descobri que não tinha nenhuma foto com ele. Eu fiz uma montagem de fotos. Ele foi embora cedo, eu não tinha nenhuma foto com ele… faz falta mesmo.”
O choro do humorista só aumentou ao falar das dificuldades que sofreu ao lado da esposa no início da vida de casados. “Passamos muita dificuldade. Lembro dela com a nossa filha no colo, empurrando o cara para não cortar a luz de casa, porque não tínhamos dinheiro para pagar. Mas quando a minha filha sorria pra mim, tinha um vácuo de amor, não lembrava dos problemas.”
PAI
Há alguns anos, Leandro Hassum, em entrevista ao programa de Marília Gabriela no GNT, contou sobre a história de seu pai.
“Ele era era responsável pelo transporte da droga do Brasil para a Europa e para os Estados Unidos. Ele foi preso no dia 14 de novembro de 1994. Eu não tinha a menor noção. Hoje, eu olho para trás e falo assim: ‘Como é que eu não percebi alguns sinais, como eu não notei isso?’. Éramos de uma família bem sucedida. Tinha uma empresa de exportação e importação, tinha [empresa] no ramo de papelaria, agência de automóvel. Ele trabalhava com carros importados. Mas era um bonachão como eu”, contou na ocasião.
Ele também revelou só ter descoberto a história ilegal de seu pai apenas aos 21 anos. “É uma sensação de que se viveu durante 21 anos em uma mentira. Ele me amou muito. Tinha na cabeça dele o tráfico como sendo uma profissão. Até a morte disse que não era traficante, mas comerciante. Essa coisa da máfia, de acreditar na verdade. Ele foi crescendo no meio disso pela honestidade.”
O artista ainda lembrou que ia visitá-lo na prisão, mas parou quando o pai foi preso pela segunda vez, por tráfico de drogas. “Aí, com isso, falei ‘chega’. E não fui mais visitá-lo. Em 2007, quando saiu da prisão mais debilitado, ele foi até minha casa no Carnaval e chegamos a um acordo sem relação próxima. Ele morreu em 2014, uma semana depois que eu fiz a cirurgia bariátrica“, explicou.