Uma reportagem publicada pelo jornal O Globo apontou que o atual presidente, Jair Bolsonaro, empregou cerca de 102 pessoas que tinham laços familiares na política, vários deles com indícios de que não trabalharam de fato nos cargos.
O esquema surgiu em 1991, quando Bolsonaro assumiu seu primeiro mandato como deputado.
O mapeamento feito pelo jornal carioca durou cerca de três meses e é resultado de consultas em diários oficiais com o uso da Lei de Acesso à Informação sobre todos os assessores parlamentares da família Bolsonaro. Foram identificadas 286 pessoas nomeadas nos gabinetes desde 1991.
Após um cruzamento de informações de banco de dados e redes sociais, a reportagem identificou que ao menos 102 têm algum parentesco ou relação familiar entre si, fazendo parte de 32 famílias diferentes.
Um dos casos que veio à tona é o da família do policial militar Fabrício Queiroz, antigo assessor que emplacou sete familiares em três gabinetes da família Bolsonaro (Flávio, Carlos e Jair) desde 2006.
ANTES DE NEPOTISMO SER CRIME
Durante uma entrevista coletiva no último domingo (4), o presidente se manifestou sobre o assunto.
“Eu não tenho 102 parentes. Como é que eu botei 102 parentes no gabinete dos meus filhos? Não dá para entender, é uma mentira deslavada ali. Já botei parentes no meu gabinete, já botei no passado sim. Antes da decisão de que nepotismo seria crime. Qual o problema?”, disse.