Não estou assistindo ao Big Brother.
Estou só olhando, sem som. Ouvi um pouco aqui e ali para conhecer os
participantes. Depois, só no olhar. Porém, acompanho a Ieda com atenção. Uma
mulher enigmática. Deve ter sido uma jovem linda, de estraçalhar corações.
Hoje, porém, se ressente de não ser
mais a última bolacha do pacote. Não sei qual foi sua condição
financeira. Ela passa uma certa classe, mas, às vezes, escorrega – plantando a
dúvida de se tem berço ou se é só um esforço para o público. De uma coisa tenho
certeza: a velhice lhe cai como uma maldição. E o pior é não ter mais os homens
aos seus pés.
É
difícil para uma mulher bonita envelhecer. Infelizmente, para os homens, é o
visual que conta! Acompanhando o olhar dela, vejo a inveja que Ieda sente da
juventude da Emilly.
Sim,
a menina é uma mala, um contêiner. Os homens do programa a cercam, bajulam,
falam mal dela por despeito… Mas estão sempre em torno, coisa que acontecia
em um passado distante com Ieda. Sinto, ela traz uma grande mágoa.
Sua participação me dá a impressão de que,
mais do que ganhar o prêmio, ela quer sentir-se viva, nessa altura da vida que
a gente só tem o passado. E que falta só um pouquinho para a viagem
definitiva… Então, não dá pra sonhar com o futuro.
Veja,
a Ieda ainda é bonita aos 70 anos. Apta a amar e ser amada. Mas os
homens a enxergam como uma vovó tradicional. E é assim que os participantes do
programa a veem. É uma pena…