O governo federal anunciou nesta quinta-feira (16) que o horário de verão não será retomado este ano. Apesar da expectativa em torno dessa mudança, o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, declarou que não há necessidade de aplicar a medida em 2024, uma vez que o sistema energético brasileiro está em condições seguras. A decisão foi baseada em análises realizadas nas últimas semanas, onde especialistas avaliaram o impacto econômico e energético do horário diferenciado.
Essa escolha, segundo o ministro, é fruto de um trabalho estratégico. As condições hídricas do país melhoraram significativamente, o que contribuiu para a decisão de manter o horário convencional. “Não foi só a ajuda de São Pedro, mas também o planejamento que nos trouxe a essa situação de segurança”, afirmou Alexandre Silveira.
Vantagens e desafios do horário de verão
A ideia de economizar energia durante o horário de verão sempre foi um dos principais argumentos para sua adoção, principalmente em momentos de crise hídrica. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), essa medida poderia reduzir a demanda por energia no início da noite, justamente o período de maior consumo no país. A diminuição, estimada em até 2%, traria uma economia considerável para o Brasil, além de aliviar o uso das usinas termelétricas, que são mais caras e poluentes.
O horário de verão também favorece setores como bares e restaurantes, já que a luminosidade prolongada incentiva as pessoas a ficarem mais tempo fora de casa. Dados da Abrasel mostram que o faturamento de estabelecimentos costuma aumentar durante esse período, trazendo um impulso econômico para o setor.
Por outro lado, a adaptação ao horário de verão pode ser um desafio para muitas pessoas. A mudança no relógio pode desregular o sono e trazer cansaço nos primeiros dias, até que o corpo se ajuste ao novo horário. Uma pesquisa recente apontou que 47% dos brasileiros são contrários à volta do horário de verão, enquanto apenas uma pequena parcela, 6%, se diz indiferente à questão.
A decisão e o futuro do horário de verão
Embora o governo tenha optado por não adotar o horário de verão em 2024, isso não significa que a medida foi descartada permanentemente. O ministro Alexandre Silveira já mencionou a possibilidade de reavaliar a questão para 2025, caso seja necessário para garantir a segurança energética do país. Ele destacou a importância de basear essa decisão em análises técnicas, e que, se o retorno do horário de verão for imprescindível, o governo não hesitará em reintroduzi-lo.
Desde sua primeira implementação em 1931, o horário de verão passou por várias adaptações, sendo aplicado em diversos momentos como uma estratégia para enfrentar crises energéticas. Porém, em 2019, ele foi suspenso, sob o argumento de que a economia gerada pela mudança já não era significativa, além do desconforto causado pela alteração no horário.
Agora, com a decisão de manter o horário convencional, o governo foca em fortalecer o planejamento energético, garantindo que o país possa enfrentar possíveis crises sem a necessidade de recorrer ao horário de verão. Para muitos, essa escolha traz alívio, enquanto outros ainda questionam o impacto que essa ausência pode ter nos meses mais críticos de consumo de energia.
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