Tão antiga a ponto de aparecer em registros da Bíblia, a Hanseníase – conhecida antigamente como Lepra – afetou 28.657 brasileiros em 2018, de acordo com o Ministério da Saúde.
Com este número, ficamos atrás apenas da Índia como o país que mais tem casos da doença no mundo. O mais triste dessa informação é que a doença tem cura e que, quanto mais cedo for identificada e tratada, maiores são as chances de evitar qualquer tipo de sequela.
O documentário “Hanseníase Ontem e Hoje”, produzido pela Editora Caras com o apoio do Facebook Journalism Project e do ICFJ – Internacional Center for Journalists, será lançado oficialmente na próxima sexta-feira (22). Trata-se de um projeto dirigido e roteirizado por Vivian Ortiz, editora do site da revista AnaMaria. “O desconhecimento sobre essa doença tão séria é tamanho que os próprios médicos, além dos pacientes, acabam não reconhecendo seus sintomas”, diz.
Nele, entre outros tópicos, foi retratada a dura vida de quem tinha a doença no início do século passado. Para ajudar você a entender melhor sobre o assunto, separamos 10 curiosidades sobre a hanseníase. Confira!
1 – Como na época ainda não havia cura e muito menos se sabia como era transmitida, a POPULAÇÃO TINHA PÂNICO E REPULSA dos contagiados. Assim, quando uma pessoa era apontada como alguém que possuía lepra, esse indivíduo acabava sendo sumariamente expulso de casa, assim como sua família.
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2- O preconceito era tamanho –assim como o medo de pegar a doença- que os vizinhos chegavam a TACAR FOGO na residência e nos pertences dos que foram expulsos.
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3 – Longe de casa, os doentes passaram a viver a margem da sociedade. O problema é que isso fez com que começassem a existir uma série de pessoas assim nos arredores das cidades. Para sobreviver, esses indivíduos dormiam em barracas armadas em estradas com circulação de pessoas, justamente para ver se conseguiam DOAÇÕES DE ALIMENTOS, visto que ninguém mais oferecia trabalho.
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4 – Para tentar contornar isso, algumas sociedades beneficentes, além do próprio governo, começaram a pensar na criação de locais para colocar essas pessoas e apoiá-las, mas também TIRÁ-LAS DE CIRCULAÇÃO. Assim, no período de 1924 a 1962, o Brasil utilizou a INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA de pacientes com hanseníase como forma de controle da doença na comunidade.
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5 – O Estado de São Paulo era o que tinha uma política mais dura. Por puro preconceito e medo, os leprosários eram construídos bem longe das cidades, em locais com bastante circulação de vento. Esse modelo foi inspirado de uma ideia que começou na Europa, onde os DOENTES ERAM ISOLADOS para que não contaminassem a sociedade sadia.
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6- A determinação era igual para todas as pessoas, não havendo distinções de classe social. Assim, não interessava se a pessoa tinha um nível socioeconômico que permitisse se isolar na própria casa, ou se fosse uma criança. Não importava sexo, faixa etária, faixa socioeconômica. DIAGNOSTICOU? ERA ISOLADO.
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7 – Muitos dos internos não tinham tempo de avisar a família e nem de pegar suas coisas. Apesar de estarem internados em um local relativamente agradável, os pacientes não podiam receber a visita de parentes e chegavam até mesmo a serem SEPARADOS dos filhos que, por ventura, tivessem na época da internação.
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8 – A bactéria causadora da hanseníase foi descoberta pelo cientista norueguês Gehard Amauer Hansen 1873. Até então, acreditava-se que era uma doença hereditária, porque é muito frequente o surgimento dentro do NÚCLEO FAMILIAR.
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9 – Atualmente o Ministério da Saúde oficializou o mês de JANEIRO e consolidou a cor roxa para campanhas educativas sobre a doença.
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10 – Em 2016, 25.214 pessoas foram diagnosticadas com hanseníase, já em 2018 esse número teve um crescimento de 14%, com 28.657 registros. Tudo isso, muito provavelmente, porque o governo, de forma correta, passou a fazer a busca ativa por novos casos.
Confira o documentário ‘Hanseníase Ontem e Hoje’:
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