O ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, foi preso preventivamente pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (22), por conta da Operação “Acesso Pago”, que investiga esquema de corrupção envolvendo pastores evangélicos durante a gestão dele à frente do MEC.
De acordo com o colunista Igor Gadelha, do Metrópoles, ele foi preso em sua casa na cidade de Santos (SP). Espera-se que Ribeiro seja transferido para Brasília ainda durante o dia de hoje. Enquanto isso, a PF realiza buscas na sede do Ministério da Educação, em Brasília.
No mandado de prisão, foram colocados ao menos quatro crimes que teriam sido cometidos por Ribeiro: corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência. Vale ressaltar que ele foi exonerado em março passado, após muita pressão do Centrão, alegando que a permanência do ministro após as revelações seria prejudicial ao governo.
CONSEQUÊNCIAS
De acordo com o colunista Guilherme Amado, também do Metrópoles, a prisão pode trazer dividendos ruins criminais e não apenas políticos, para Jair Bolsonaro. Tudo porque, em março passado, Ribeiro disse que apenas obedecia ordens do atual presidente da República.
Aos agentes, o ex-ministro informou que Bolsonaro, de fato, pedia que o Ministério repassasse as verbas para os municípios indicados pelos pastores Gilmar Silva e Arilton Moura, os mesmos que aparecem no centro do escândalo e que também foram presos hoje.
SUBSTITUTO
O ministro da Educação, Victor Godoy, foi efetivado em abril no cargo. A nomeação, assinada pelo presidente Jair Bolsonaro, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU). Godoy estava interinamente no cargo desde a saída do ex-ministro Milton Ribeiro. Antes da exoneração, o novo ministro ocupava a função de secretário-executivo da pasta.
O currículo de Victor Godoy publicado no site do MEC informa que ele é servidor público da carreira de Auditor Federal de Finanças e Controle da Controladoria-Geral da União (CGU), onde trabalhou desde 2004 até ser convidado ao cargo de secretário-executivo do MEC, em julho de 2020.
Na CGU, Godoy atuou como auditor federal de Finanças e Controle, coordenador-geral; e diretor de Auditoria da Área Social e de Acordos de Leniência.