Heleninha, personagem de Totia Meireles na novela das 21 h, é mãe de Yuri (Drico Alves) e sofre para entender o filho. Ele não sai do celular, se veste como personagem de desenho animado e não se abre com os adultos. As cenas entre os dois fazem os pais de adolescentes refletir. À AnaMaria, a atriz fala sobre o sucesso da trama, além da proximidade dos 60 anos e o casamento à distância na vida real.
Você está longe da TV desde Alto Astral (2015). Feliz em voltar em A Força do Querer?
É mais uma novela da Gloria Perez. Eu faço todas as tramas dela [risos] e gosto muito dos seus projetos. O retorno para a TV é sempre bom, ainda mais dentro do horário nobre e em uma trama incrível.
As pessoas têm se identificado com a Heleninha?
Sim e isso é impressionante. Hoje, essa coisa do celular (e o quanto isso interfere nas relações entre pais e filhos) está muito forte. As pessoas me dizem: “Parece eu e meu filho”. São problemas da vida moderna. Ainda aprendemos as melhores formas de comunicação.
Tem uma opinião sobre isso?
Ao mesmo tempo em que a internet é um mundo aberto no qual você pode se informar, ela também pode descambar para o “caminho do mal”. Não sei até que ponto o correto é deixar ou limitar esse contato, mas sei que a base de todo relacionamento é o diálogo. Claro, é importante saber onde crianças e adolescentes estão entrando… Se pequenos, colocar um filtro para não entrarem em qualquer site. Tenho dois netos [Santiago e Pilar, de 8 e 5 anos] e me preocupo com eles, mas admiro a intimidade que têm
com o virtual. A base é o equilíbrio.
Você é ligada nas redes sociais?
Não muito… Gosto mais de ver do que postar. Não tenho paciência. Entro no computador, navego em sites de curiosidades, de viagens… Quando algo não dá certo, me irrito e saio. Não fico xeretando até resolver.
Heleninha acredita em astrologia. Você também tem essa crença?
Muito! Faço meu mapa astral todo ano. Não sei nem se a palavra certa é “acreditar”, a astrologia é mais uma ciência, não precisa ter fé. O que varia são as interpretações. Os astros, a Lua… Todos eles exercem uma força grande sobre a Terra e sobre nós.
Você é libriana. Tem alguma característica desse signo?
Várias! Sou muito indecisa. Para mim é difícil escolher, principalmente se tenho muitas opções. Fico perdida nas coisas pequenas, como colocar uma sandália ou um tênis e também nas grandes partes da vida. Isso já me prejudicou, perdi oportunidades por não conseguir resolvê-las. Às vezes, me irrita um pouco, viu? [risos]. Além disso, tenho uma ligação forte com a arte, outra característica do meu signo.
Você e o Jaime (Rabacov, médico) são casados há 26 anos, mas vivem em cidades diferentes. Isso desperta muita curiosidade?
Desperta. As pessoas querem saber a lógica de um relacionamento à distância e não tenho problemas em falar sobre isso. O que facilita: não temos filhos juntos. Mas vivemos muito bem assim. Não consigo conviver com uma pessoa 24 horas. Na verdade, também pergunto para as minhas amigas como é o outro lado: “O que vocês fazem quando estão a fim de ficar sozinhas?” [risos].
O que faz quando dá saudade?
Telefone sempre, chamada de vídeo… Aos finais de semana nós nos encontramos, viajamos nas férias…
Em outubro você fará 59 anos. Como é se aproximar dos 60?
Mal! Agora é ladeira abaixo [risos]. Estou brincando. Até quero completar logo essa idade para pagar meia-entrada no cinema, no teatro… O que importa é conseguir trabalhar, ter objetivos. Envelhecer é chato, mas tento não deixar isso me abater. Quero ficar cada vez mais saudável, como era com 20 anos. Hoje existem vitaminas, ginástica, acompanhamento médico que antigamente não existia.
Que atividades físicas pratica?
Costumo fazer corrida, ginástica… Eu corro atrás de uma velhice saudável. Faço musculação (um mal necessário, já que com o passar do tempo nós vamos perdendo a massa muscular). E, agora, também quero voltar para as aulas de balé, algo que já pratiquei por muito tempo, por uma questão de postura.