Mulherão: se alguém tivesse que descrever Ellen Rocche com apenas uma palavra, provavelmente se lembraria do seu corpo perfeito, dos olhos azuis e da beleza de tirar o fôlego. Mas a verdade é que por trás das medidas invejáveis, a atriz de 36 anos tem um lado meigo, romântico e já ralou bastante para chegar onde está agora – prestes a dar vida a uma das protagonistas de Haja Coração, novela que vai substituir Totalmente Demais. Na nova trama, ela interpretará Leonora, uma participante do Big Brother Brasil que divide o amor do mesmo homem com outras duas mulheres. Nesta entrevista, você vai conhecer sua intimidade e saber o que ela faz longe da TV:
Como é sua preparação para os desfiles?
Ser rainha de bateria tem suas responsabilidades. Desfilar exige uma preparação grande, ainda mais porque o Anhembi [sambódromo de São Paulo] é bem largo. Durante a festa, a rainha precisa ir de um lado para o outro, tampar os buracos e ajudar na evolução. Então, pra não ficar com a língua de fora durante a folia, começo a me preparar mais ou menos em dezembro. Corto as frituras e não como carboidratos durante a noite: isso ajuda a emagrecer e a ficar com o corpo leve para sambar. Também tenho um segredo para enxugar uns quilinhos: quando estou malhando, ao invés de beber água me hidrato com chá-verde bem gelado! Além disso, faço um treino para melhorar a resistência física, no qual intercalo dois minutos de caminhada com um minuto de corrida. Faço 3 km por dia, tudo com supervisão profissional.
Tem algum segredo para manter toda essa energia?
Sou rainha de bateria da Rosas de Ouro desde 2007. Então, tudo o que podia fazer de errado durante os desfiles
eu já fiz. Uma vez, queria estar com o corpo bonito e não comi carboidratos nem na véspera do desfile. Resultado: quase desmaiei na avenida! Também já aconteceu de bater um pratão pouco antes de entrar e, depois, passar mal. Em outro ano, resolvi não me preparar. No início, fiquei feliz por conseguir cumprir o percurso direitinho. Só que no dia seguinte não consegui sair da cama. Hoje, sei que o segredo é me alimentar bem o ano todo [não só no período próximo ao Carnaval] e não ter preguiça de malhar.
Você sempre gostou de Carnaval?
Eu e minha família gostávamos de assistir ao espetáculo pela televisão. Era miudinha, já me fantasiava e ficava sambando na frente da televisão. O mais engraçado é que sempre torci pela Rosas de Ouro! Mais pra frente, quando fui chamada para fazer parte da escola, conheci os bastidores e me apaixonei. Hoje, os integrantes são como uma grande família pra mim.
Como foi participar da nova geração da Escolinha?
Fiquei honrada com o convite, pois o programa faz parte da história da televisão brasileira. É algo que crescemos assistindo, sendo parte da nossa vida. Foi ótimo fazer uma homenagem a tantos artistas brilhantes, pessoas que já se foram ou que, por algum motivo, não atuam mais. O clima nas gravações era de diversão, admiração e saudade. Além disso, nós não sabíamos as falas uns dos outros. Então, éramos espectadores e atores ao mesmo tempo. Dávamos bastante risada!
Gosta de fazer programas de humor?
Já fiz muitos trabalhos desse tipo, mas, na verdade, comédia é um gênero difícil de fazer. Parece fácil, mas não é. Na vida real, procuro enxergar tudo de forma bem positiva e com jogo de cintura, sabe? Gosto de fazer do limão uma limonada. Se precisar, dou uma reboladinha porque o açúcar fica no fundo… [risos]. Por isso, tenho facilidade com a comédia. Como espectadora gosto de coisas leves. Eu ando fugindo da violência até na ficção.
Como está sua expectativa para a novela Haja Coração?
Fui convidada para fazer o papel da Leonora, que pertenceu à Irene Ravache no passado. Vou fazer parte do núcleo principal ao lado da Malu Mader e da Carolina Ferraz. Estou muito feliz com o desafio. A Irene é uma mulher que eu admiro como atriz e ser humano. Dá um frio na barriga pela responsabilidade, mas estou fazendo o meu melhor. Sempre pedi um desafio grande – um papel complexo para mostrar meu trabalho. Surgiu um boato de que você ficaria ruiva para o papel. Teria coragem de mudar tanto assim? Claro que estou disposta a abandonar os fios loiros, se for preciso! Toda mudança de visual é bem-vinda e até ajudaria o público a dissociar minha imagem da Ellen rainha de bateria ou da Ellen símbolo sexual. Além disso, também permitiria criar a identidade que a personagem precisa.
Você gosta muito de poesias. Se considera uma mulher romântica?
Olha, eu sou muito romântica. Costumo dizer que sou uma mulher à moda antiga. Mas não acredito em príncipe encantado, não! Também sou uma devoradora de livros. O último que reli foi Cartas a um Jovem Poeta, de Rainer Maria Rilke. Gosto muito do Rubem Alves, da Adélia Prado e do Fernando Pessoa. Mas não tenho um escritor preferido. Na verdade, minha escolha vai depender do estado de espírito na ocasião. Escrevo poesias e até pensei em postar várias vezes nas redes sociais, mas acabo não fazendo. É que, publicando com o meu nome, os comentários teriam uma certa carga de preconceito. Aliás, antes de iniciar um papel tenho um ritual: escolho um perfume, um signo do zodíaco e escrevo uma poesia para a personagem. Sempre digo: desnudar o corpo é fácil, mas a alma é muito mais difícil….
Sempre que alguém pergunta sobre os seus relacionamentos, você desconversa. Por quê?
Vivemos num mundo em que a privacidade se tornou um item de luxo. Sei que trabalho com a minha imagem, amo meus fãs e tenho um relacionamento de carinho com a imprensa. Mas chegou um momento na minha vida em que achei bom me preservar. Quando namorar sério ou estiver para casar, todos vão saber. Até lá nãovejo necessidade de falar nada…
7 coisas que você não sabe sobre a Ellen
1 Se não fosse atriz, seria médica.
O irmão de Ellen, George, nasceu com uma má-formação do coração chamada tetralogia de Fallot. Depois de duas cirurgias, ele ficou curado. O empenho dos médicos em ajudar o rapaz foi a inspiração que Ellen precisava para definir a profissão que gostaria de seguir. Ela passou no vestibular de Medicina, mas seu pai, na época, estava desempregado e não poderia bancar sua ida para outra cidade. Por isso, abriu mão do sonho. Foi nesse período que ela decidiu buscar emprego em outras áreas para ajudar a família.
2 Se emociona a cada vez que fala da mãe.
O ano de 2013 não foi nada fácil para Ellen. Ficou marcado pela morte de sua mãe, Elsie, devido a um câncer. Em entrevista, Ellen contou que logo depois do ocorrido se fez de durona para a família. Com o tempo, sentiu a real dimensão da perda. Ficou depressiva e só melhorou quando retomou o ritmo normal de trabalho. Até hoje, o assunto mexe com ela. Sempre que fala da mãe ou da saudade que sente, fica com os olhos marejados.
3 Já trabalhou em supermercado, padaria…
Antes de iniciar sua carreira de modelo, Ellen trabalhou atendendo os clientes de uma padaria e como promotora em supermercados. Só depois de participar de uma sessão de fotos é que encontrou seu caminho. Mesmo assim, no início escutou muitos “nãos” nas agências de publicidade. Diziam que a moça tinha o quadril largo demais…
4 Se dá bem com o ex-namorado.
Ellen e Ricardo Macchi se conheceram durante a Casa dos Artistas 2 e engataram um romance que durou mais de 8 anos. Ao contrário de muitos casais, os dois viraram amigos e se dão bem até hoje. Em 2014, o ator se candidatou a deputado federal e ganhou total apoio dela, com direito a declaração de carinho nas redes sociais.
5 Adora os animais.
Apesar de não ter conseguido realizar o sonho de ser médica, ela não resiste a cuidar de animais abandonados ou doentes e já chegou a ter 16 gatos em casa, além de cachorros, periquito, peixinhos…
6 Bota a mão na massa.
Ellen declarou que é uma verdadeira “gata borralheira” em casa. Cozinha, passa, arruma… Enfim, não tem medo do serviço pesado! Diz que essa história de ser sempre a mocinha bonita não está com nada – e que não é todo dia que se acha assim tão bela!
Já revelou que, de vez em quando, não consegue arrumar o cabelo e acorda com olheiras. Só as disfarça depois de usar chá de camomila ao redor dos olhos e caprichar na maquiagem!
7 Jura que é tímida.
Já confessou que ficava vermelha cada vez que alguém puxava conversa com ela quando era mais nova. Aí, falava baixinho. Também não pensava que poderia trabalhar na televisão até chegar lá. Quem diria!