Dira Paes tem 46 anos. É mãe de Ignácio, de 7, e também do pequeno Martin, de 5 meses. E cuida dos dois sem a ajuda de uma babá. Mesmo com essa rotina pesada que toda mulher vive de precisar se dividir entre o trabalho e as crianças, ela não se lamenta de cansaço e jura que está revigorada depois do nascimento do segundo filho. “Quem diz que uma mulher não tem disposição para ser mãe aos 46 anos? Isso é uma baita mentira!”, diz a atriz.
Como foi o retorno ao trabalho após quatro meses de licença-maternidade?
Está tudo muito bom, mas estou tentando me reestruturar. Com o meu primeiro filho, eu voltei depois de seis meses. Não quero deixar de amamentar. Como ele já estava com 4 meses, começamos introduzindo as papinhas na alimentação. Eu quero ficar com o peito para dar pela manhã, na hora do choro, na hora de dormir. Quero ter uma certa programação, mas não quero parar.
Pelas fotos que você posta nas redes sociais, parece que a amamentação está fazendo muito bem para ele, não?
Viu o tamanho dele? Ele está a coisa mais fofa, um bebezão [risos]! O Martin já está com 8 kg. Ele só quer saber de comer. Quando voltei da licença do Ignácio, ele estava com 6 meses e eu fiz a Norminha em Caminho das Índias. Também tive que me estruturar, mas deu tudo certo. Acredito que agora com o Martin dará também. Como você voltou à forma tão rápido? Eu perdi peso, porque ele mamou tudo [risos]. É muito guloso. Eu fiquei exclusivamente com ele, não contratei babá. Quem me ajudava
era meu marido, mas o Martin é fortão e me fez trabalhar bastante durante esse tempo. Nossa, fiquei com um braço que ninguém imagina [risos]. E o irmão mais velho começou também a me solicitar muito, afinal, também queria atenção. Mas a alimentação também ajudou? Tem alguma dica? Sempre fui muito regrada na alimentação e procurei me controlar ainda mais durante a
gravidez. Eu sabia que quanto mais eu me cuidasse grávida, melhor seria a recuperação depois do parto. Evitava comer coisas pesadas, a última refeição era sempre antes das 21h. Certos cuidados valem a pena. A palavra de ordem é ter bastante disciplina.
E Ignácio ficou com ciúme?
Ficou, mas ele é completamente apaixonado pelo irmão. Só que não se pode falar que não sentiu ciúme. Ele virava e falava: “Agora tudo é Martin, Martin, Martin? Podemos falar de outra coisa?” [risos]
E como você faz para incentivar essa relação de afeto dele com o irmão? Ele ajuda nas tarefas?
Sim. Eu fico pedindo as coisas e há horas que ele fala: “Eu não tenho 17 anos. Não tenho que fazer isso tudo”. Isso porque pedi
para pegar a mamadeira… Ele sai com cada resposta [risos]… Agora, o Ignácio sabe que ele é uma das razões de o Martin existir. Desde os 2 anos e meio, ele me cobrava um irmão. Insisti e o Martin veio. Sou uma mulher muito realizada por ser mãe de dois meninos.
Muita gente deve te perguntar se é um desafio ser mãe aos 46 anos. Tem tanta diferença assim ou acha que mãe é mãe em qualquer idade?
Tem diferença, sim. Eu tive muita dificuldade para engravidar de novo. Demorei quatro anos para conseguir. Acho que engravidei
no momento que tinha que ser, mas não é tão natural, nosso corpo já apresenta limites. Só que eu me sinto muito realizada. Como diz a minha irmã: foi uma gravidez de adolescente [risos].
Existe também o preconceito que aos 46 anos não se tem tanto pique para cuidar de uma criança…
Isso é mentira. Acho que a criança tem o combustível e você arruma disposição e faz o que ela precisa. Hoje acordei às 5h30 e estou aqui. Existem pessoas com muito mais dificuldade de equilibrar maternidade e trabalho, e eu me sinto na responsabilidade
de conseguir fazer isso também.