Deborah Bloch foi convidada a participar do programa ‘Conversa com Bial’, exibido na última terça-feira (1º), para divulgar a nova minissérie ‘Segunda Chamada’, que marcará o seu retorno nas telinhas. Durante o bate-papo, ela relembrou o seu primeiro trabalho no cinema que tinha como tema a ditadura.
A atriz aproveitou a oportunidade para falar o que pensa sobre o regime ditatorial. “Cresci sob a ditadura militar, com esse fantasma muito presente. Me lembro muito desse clima do medo, de não poder falar, da censura, das pessoas serem presas e desaparecerem sem nenhum motivo. Foi uma época muito violenta”, iniciou o relato.
“E peças sendo censuradas, músicas sendo censuradas… Uma coisa horrível. Quando eu entrei na adolescência, foi a época justamente da abertura em que essa tensão se dissipou. As pessoas começaram a poder falar, criar livremente e a vislumbrar o voto. Porque não se podia votar para presidente. Me lembro das manifestações pelas ‘Diretas Já!’ e da primeira eleição”, relembrou a atriz.
O filme, que fez a estreia de Deborah nos cinemas, era o “Bete Balanço”. O longa foi ao ar em 1984, logo após a época de ditadura no Brasil e das manifestações de direito ao voto. A artista aproveitou a deixa para falar sobre os dias atuais da política no país.
“É muito louco ver como a gente não fez uma memória, como a gente não colocou esse período como algo educativo – de entender nossa história para não repeti-la. A gente não fez um museu da ditadura e honrou as pessoas que morreram injustamente para deixar uma memória disso como um legado para essa garotada que está aí agora entender que isso não é legal. Que não é bom repetir!”