Cara leitora, de preconceito eu entendo bastante. Toda minha vida fui perseguida ferozmente pelo preconceito e ainda hoje, uma velha, não me deixam em paz! Sou branca (já que a cor tem tanta importância), fui bonita (já que isso faz tanta diferença) e inteligente (que também é defeito). Não tinha motivo para sempre me apontarem e condenarem minha forma de viver. Mas… fui muito ousada.
Vivi a minha vida como achei melhor. Certa ou errada, vivi. Não fiquei na janela vendo a banda passar. E foi uma vida contrária a de quase todas as mulheres da minha geração. Fui à luta! E muito cedo descobri que a independência da mulher se faz com independência financeira.
Depender é ser escrava e fazer tudo o que o seu mestre mandar. Ninguém é livre totalmente, mas estipulei o limite da minha liberdade. Respeitei conselhos, jamais ordens! Por isso, me sinto mal com o tal politicamente correto – uma hipocrisia inventada para calar a nossa indignação. Tudo é preconceito. Uma patrulha ditatorial que nos impede a autenticidade.
Sabe, cara leitora? Muitas vezes, se a alma não for pequena, o que te machuca, te faz crescer. Profissionalmente, todas as críticas duras serviram para que eu visse meus erros e retomasse por outro caminho. Os amigos são generosos; os inimigos preconceituosos são cruéis, mas necessários. Até Deus precisava de um inimigo. Criou o diabo, que era um anjo de luz! Pois então, nós, míseros mortais, precisamos e muito dos nossos contrários.