Cara leitora, hoje quero escrever sobre um assunto que talvez não interesse a você, mas a muitas pessoas que lutam e não
conseguem parar de fumar. Dos vícios da boca (comida, bebida e cigarro), o fumo é o mais difícil de largar. Quer um exemplo? Minha irmã morreu em consequência de Alzheimer. Esqueceu tudo! Marido, filhos, família… Não sabia mais nem o que era
comida nem bebida. Virou um vegetal. Mas não se esqueceu do cigarro. Fumou até o fim e nunca se queimou!
Há 13 anos, deixei de fumar. Chegou a neta e eu não tinha o direito de cometer essa violência que é fumar no apartamento onde vivia uma criança. E também o Dr. Drauzio Varella. Através de suas campanhas antifumo na TV, ele criou em mim um complexo de culpa e certa vergonha em fumar. Parecia estar ele em todos os lugares apontando o dedo para mim e dizendo: “Fumante, fumante!”.
Não foi difícil largar o vício. Estabeleci um sistema onde as palavras “não pode” não entravam. Me conheço. Basta dizer não que aí eu faço mesmo. Então foi assim: fumava um cigarro às 8h e estipulava fumar o próximo às 11h. Chegava a hora, eu adiantava para as 12h. Quando não resistia, fumava. Assim fui espaçando mais e mais a distância entre um cigarro e outro. Até que não existia mais distância e não existia mais cigarro. Parei de vez.
Mas ô lasqueira! Estou com dependência cruzada! Sabe o que é isso, leitora? A “véia” aqui arranjou para se encrencar. Caí de boca na
comida! Eu, que nunca fui gulosa, agora sou uma draga! E doce? Virei traficante de maria-mole. Socorro…