Estou escrevendo esta coluna num domingo preguiçoso, lindo, azul e, por milagre, tudo maravilhosamente quieto. Adoro
quietude. E, tendo a Lua em Aquário, me dou muito bem com a solidão. Incrível como as pessoas são barulhentas. Ligam o som, a televisão, tudo junto. E falam tão alto que incomodam até o Padre Eterno. Dizem os hindus que tudo o que é desagradável
(ruim mesmo!) e que acontece diversas vezes no decorrer da vida de cada um, esse acontecimento é seu carma. Vai te seguir pela vida afora até que esteja liquidado, assim como uma dívida que você tem que pagar. Pois, cara leitora, o meu carma é o barulho. Principalmente se ele é fruto de desrespeito, falta de educação e solidariedade. Nada me irrita mais do que gente espaçosa, que chega de madrugada e, literalmente, derruba o apartamento. Pouco se lixando se o vizinho está dormindo! Eu aguento uma
construção de 25 andares ao lado do meu prédio porque sei que vai terminar. É um barulho que tem fim. Mas o barulho do espaçoso (dono do mundo que não tem a mínima noção de que o direito dele termina quando começa o do vizinho)… Saio pra briga! Em todos os lugares onde morei, criei casos bem sérios por conta dessa falta de respeito. Não quero silêncio de monastério, mas sim aquele que traz qualidade de vida. Então, cara leitora, ainda tenho algum tempo para pagar meu carma aqui na Terra. Depois, poderei partir.
“Meu carma é o barulho. Principalmente se ele é fruto do desrespeito, falta de educação e solidariedade. Nada me irrita mais!”