Não me lembro de
quando começou o
endeusamento da
adolescência. Acredito, essa
parcela enorme da população
não tinha autonomia
para consumir e, então, o
mercado se movimentou com
uma monstruosa propaganda,
desmoralizando os mais
velhos (entenda-se: os pais).
O mundo foi sacudido pela
apologia daqueles que não
acreditavam em quem tinha
mais de 30 anos. E os adolescentes
adquiriram o direito
de atormentar, além dos
familiares, a sociedade. Não
respeitam ninguém. Palavrões
pesados – e não sou puritana!
Mas me entristece ouvir uma
linda jovem com palavras que,
quando eu era moça, ou até
mais velha, só ouvia na boca
das mulheres chamadas…
Desculpe, “da vida”, pois
agora é profissão. Quando fico
indignada ou magoada, logo
ouço: “É a idade deles”. E
porque é adolescente, o quarto
precisa ser um chiqueiro?!
Gavetas parecem ninho de
rato. Sempre de mau humor,
de mal com a vida… Dia desses,
berrei: “Parecem anticristos!”
As mídias supervalorizaram
tanto os adolescentes
que não há mais como os
pais colocarem limites. Quer
ir ao cinema à tarde, esquece.
Eles não vão pelo filme,
mas para infernizar com o
celular. A pipoca, a gritaria…
Como os professores aguentam?
Não concordo que se dê
liberdade para quem não tem
maturidade para vivenciá-la.
Me assusta o cinismo, a falta
de respeito com os “autores
da idade”, os pais. São todos
iguais. Falam a mesma língua,
usam as mesmas roupas
e aniquilam os velhos com a
mesma crueldade. Socorro!
não sabe vivenciá-la. Me assusta o cinismo
e a falta de respeito dos jovens com os pais”