O congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, de 24 anos, foi espancado até a morte depois de cobrar R$ 200 por duas diárias de trabalho não pagas nos quiosques Biruta e Tropicália, na orla da Barra, na Zona Oeste do Rio de Janeiro(RJ), na noite da última segunda feira (24).
As imagens gravadas pelas câmeras de segurança do quiosque, mostram que as agressões começam depois de uma discussão entre um homem que segura um pedaço de pau e o congolês. Na sequência, dois homens se aproximam e começam a sessão de agressões.
Em vários momentos da gravação, é possível ver que o congolês não oferecia resistência enquanto levava golpes com um pedaço de madeira por cerca de 15 minutos.
Os parentes só souberam da morte no dia seguinte do ocorrido, terça-feira (25), quase 12 horas após o crime.
Moïse Kabamgabe estava no Brasil desde 2011, quando fugiu da guerra na República Democrática do Congo.
Em uma entrevista ao jornalista Rafael Nascimento de Souza, do jornal ‘Extra’, Ivana Lay, mãe de Moïse, contou como recebeu a notícia.
“Um africano me ligou e disse que o Moïse havia falecido e estava no IML (Instituto Médico-Legal, no Centro do Rio). Por que eles mataram o meu filho? Eles mataram o meu filho porque ele era negro, porque era africano! A gente vem para cá achando que todo mundo vai viver junto. Que é todo mundo igual, mas não. Eu só quero justiça. E peço: por favor, me ajudem. Eu não tenho nada. Não tenho parente nenhum aqui.” contou Ivana.
“Eu fugi do Congo para que eles não nos matassem. No entanto, eles mataram o meu filho aqui como matam em meu país”, lamentou a mãe do rapaz