Depois de sete meses em regime de aulas à distância, foi determinado o retorno à modalidade presencial para os alunos da rede estadual de educação em São Paulo. Segundo o governador, João Doria, os estudantes do ensino médio da rede pública devem voltar às atividades presenciais a partir do dia 7 de outubro. Já o retorno dos alunos do ensino fundamental está previsto para 3 de novembro. Quanto às instituições da Prefeitura e de ensino privado, elas deverão seguirão as informações divulgadas pelas prefeitos das cidades.
A ideia é seguir as normas de segurança contra a transmissão da COVID-19, mantendo padrões rigorosos de higienização. Entretanto, o cuidado com a limpeza não deverá acontecer apenas no ambiente das escolar. De acordo com a pediatra Flávia Oliveira, durante live no Instagram da revista AnaMaria, é importante que as famílias tomem consciência e evitem mandar os pequenos para a aula quando estiverem doentes.
Além da gravidade da doença, a especialista também destaca que um dos principais perigos do coronavírus em crianças é o fato de elas serem agentes transmissores para familiares membros do grupo de risco. “Essa higienização voltando da escola é muito importante, principalmente se tiver parente com fatores de risco. Nesse caso, o cuidado é um pouco maior”, indica.
NA VOLTA PARA A CASA
A COVID-19 é transmitida por meio do contato com as mucosas do corpo, presentes na boca, nariz e olhos. Sendo assim, ao chegar da escola, é interessante que as crianças tomem banho, lavem o cabelo, escovem os dentes e realizem lavagem nasal com soro. “Isso porque o vírus fica nessas regiões”, ressalta a médica.
Já no que diz respeito aos materiais escolares, Flávia lembra que a sobrevivência do vírus nas superfície tem um tempo reduzido e instável. Por esse motivo, sugere que, em vez de realizar a limpeza dos materiais diariamente, seja reservado um ambiente separado para guardar todos os itens utilizados na escola.
“Eu brinco que a criança não vai lamber o caderno. Deixa reservado. Usou? Lava a mão depois. Deixa tudo junto no mesmo ambiente, a mochila da escola, sapato. Quem sabe deixar um estojo só para usar em casa e um outro para usar na escola”, fala.
AS AULAS DEVEM VOLTAR?
A pediatra avalia que o retorno das atividades escolares de maneira estruturada é importante para o desenvolvimento dos pequenos, que têm sofrido com os sintomas do período do isolamento social. Isso porque os impactos da quarentena podem acabar alterando o desenvolvimento de algumas regiões do cérebro das crianças que são responsáveis pela atenção, foco e tomada de decisões, por exemplo.
“Se a instituição tiver uma estrutura propícia para isso, o que mais tem que ser estimulado nas escolas são as atividades ao ar livre. Isso minimiza a aglomeração dos locais fechados”, afirma.
Ainda assim, acredita que os pais e professores devem ter a opção de escolher se irão ou não voltar: “Todo mundo está aflito. Tem que escutar o coração e se você está muito aflita, não leve enquanto faz o que for melhor para sua família”.