Rina Carvalho, moradora de São Carlos, interior do Estado de São Paulo, faz parte de uma parcela da população brasileira que se tornou vítima de golpes por meio do Whatsapp, o aplicativo de mensagens e ligações online atualmente mais popular no país.
Segundo a professora de biologia, a fraude aconteceu após anunciar um veículo em alguns sites especializados em vendas online. Foi aí que ela recebeu a ligação de um estranho, que se passou por um dos funcionários do site, e supostamente queria dar instruções de como conseguir atingir mais pessoas com o anúncio, o que facilitaria a venda do carro.
Para isso, o estelionatário pediu que Rina encaminhasse para ele um código que iria receber por SMS (a famosa mensagem de texto) em seu celular. Mesmo desconfiada, a moradora de São Carlos seguiu as orientações do homem. Não demorou muito para perceber que alguma coisa estranha havia acontecido.
“Assim que ele desligou eu fui mandar uma mensagem para a minha irmã e vi que o Whatsapp já não funcionava mais. Rapidamente, uma amiga minha ligou no celular do meu marido, dizendo que achava que tinham clonado meu celular, porque estavam ligando para pedir dinheiro emprestado”, conta.
De acordo com relatos dos conhecidos de Rina que foram abordados, o desconhecido pediu quantias entre R$ 1000 e R$ 2000. Preocupada, a mulher procurou a operadora de seu celular, cujos representantes explicaram como funciona este tipo de abordagem.
“Ele pega o meu número e instala o Whatsapp no celular dele. Ao fazer isso, o app pede um código, algo que apenas o proprietário da linha recebe via SMS. O golpista, então, pede para o dono passar o código dando uma desculpa e, com isso, consegue puxar todos os seus contatos e as conversas”, explica.
MILHARES DE VÍTIMAS
Rina está longe de ser a única a sofrer com os golpes propagados pelo Whatsapp. Assim que chegou na operadora de telefone, os funcionários do estabelecimento revelaram que atendem cerca de três pessoas por dia com a mesma ocorrência que a dela.
De acordo com dados levantados pela PSafe, empresa de segurança digital, entre o período de 31 de julho a 13 de agosto deste ano, aproximadamente 23 pessoas foram vítimas de clonagem no aplicativo todos os dias.
Para o Arthur Igreja, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e especialista em tecnologia e inovação, a explicação para a ocorrência deste fenômeno está na popularidade do Whatsapp.
“Se muita gente está no aplicativo é normal que aumente o número de ataques. O fraudador quer pescar de rede e não de vara. Ele quer encontrar o local com a maior possibilidade de pessoas para poder fraudar”, explica.
VÁRIAS ABORDAGENS
Os roteiros dos golpes divulgados pelo aplicativo variam. Além da popularização da fraude que consiste em pedir dinheiro aos conhecidos da vítima, outra falcatrua que tem se difundido é a da falsa liberação de crédito para empréstimos.
Anteriormente, as quadrilhas utilizavam nomes de bancos famosos para enviar mensagens para terceiros, oferecendo linhas créditos mediante a um pagamento anterior, ou sugerindo que cliquem em um link para obter mais informações.
Hoje, além de se apoderar de marcas de operadoras de cartões, os ladrões fazem uso de nomes de fintechs, empresas de tecnologia que prestam serviços financeiros, para servir de isca.
Segundo uma estatística feita pelo site ‘Reclame Aqui’, entre os meses de janeiro e setembro de 2019, já foram contabilizados 683 denúncias do caso. Entretanto, a modalidade ainda não tem uma divisão específica no Sistema Digital de Ocorrências da Polícia Civil de São Paulo para relatar o crime.
“O caminho é sempre o mesmo: a pessoa recebe no WhatsApp uma mensagem se fazendo passar por uma fintech informando que há um limite de crédito pré-aprovado disponível. Contudo, é exigido que se faça um depósito antecipado. Já é um claro sinal de tentativa de golpe”, esclarece Débora Cipolli, diretora de riscos da Noverde, fintech especializada em crédito
COMO É POSSÍVEL?
Os métodos que as quadrilhas usam para conseguir os números de telefone das futuras vítimas são os mais variados. Um deles é a tentativa e erro, por meio de um processo conhecido como ‘geração randômica’, no qual um algoritmo cria sequências de números aleatórios. Outra maneira é com a compra de dados pela internet.
“Há um comércio obscuro de venda de listas de telefone. Se ela vem amparada com mais dados cadastrais, é um prato cheio porque a pessoa pode chamar a vítima pelo nome, ou pode saber se ela está em vias de se aposentar, para oferecer um golpe de aposentadoria, por exemplo”, declara o professor da FGV.
Uma vez que este tipo de informação pode ser adquirida por meio de preenchimento de cadastros em redes sociais ou páginas não confiáveis, Débora Cipolli, ressalta a importância de ter cautela na hora de navegar na web.
“Recomendamos sempre que as pessoas tenham controle de quais formulários com pedidos de crédito preencheram e que tenham cuidado com mensagens de pessoas desconhecidas que peçam para clicar em algum link para conseguir um empréstimo”, diz a executiva.
COMO IDENTIFICAR UMA FALCATRUA?
Apesar de se manifestar de maneiras diferentes, algumas dicas importantes para identificar alguns golpes:
- O da linha de crédito consiste em avaliar se a mensagem recebida apresenta muitos erros gramaticais ou traz um atendimento muito informal, como por exemplo, por áudios de WhatsApp.
- Outros sinais de alerta são prazos de poucas horas para a concretização do “empréstimo”, ofertas de crédito que peçam um depósito antecipado como “taxa de conveniência”, ou mensagens que afirmam que o empréstimo foi aprovado junto a empresas que possível vítima não tem um relacionamento.
O professor da FGV realça ainda que a fala é um aspecto muito importante e deve ser observada atentamente, especialmente, nos casos de mensagens pedindo dinheiro.
“Cada pessoa tem um jeito muito particular de conversar, ainda mais quando vem uma demanda sensível como essa de pedir dinheiro. Você vê que alguma coisa está destoando. Nada melhor do que ligar para a pessoa, conversar com ela, checar, para verificar que não é fraude”, sugere.
O QUE FAZER SE CAIU EM UM GOLPE?
Independentemente do tipo de fraude aplicada, a informação é poder. Por essa razão, os especialistas sugerem que a vítima abra um boletim de ocorrência imediatamente e reúna todos os dados possíveis para que possa comprovar a ocorrência, facilitando o rastreamento dos autores da ação.
“Vale separar os dados que envolveram a transação, tais como as informações da conta onde foi realizado o depósito (banco, agência, conta corrente e CPF do beneficiário)”, indica Débora Cipolli.
No caso específico dos golpes aplicados pelo Whatsapp, Artur Igreja ressalta a importância de apresentar o número de telefone que realizou a abordagem.
“O número do Whatsapp está linkado a um número de telefone e para isso é necessário ter um CNPJ ou um CPF registrado, acho que este é um ponto de partida”, destaca.
WHATSAPP NÃO É SEGURO?
O aplicativo criou no início do ano um recurso que visa dificultar a clonagem e hackeamento de contas no app. A verificação em duas etapas desenvolvida pela marca pede que o usuário insira um código de 6 dígitos e uma senha. Além disso, é possível vincular uma conta de email para aumentar a segurança.
Para o especialista em tecnologia e inovação, o aplicativo faz a sua parte no que diz respeito a privacidade do usuário. “Tecnologicamente o aplicativo tem um bom grau de privacidade, mas surgem outros tipos de golpe, tem softwares que ficam monitorando o sistema operacional como um todo e aí nada tem a ver com o Whatsapp”, conclui.
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