A Carta em defesa da democracia já ultrapassa meio milhão de assinaturas, entre elas de grandes personalidades e Federações. Aberto ao público na última terça-feira (26), o endereço eletrônico da carta também coleciona mais de 2,4 mil tentativas de ataques por hackers, segundo os organizadores.
O documento elaborado por ex-alunos da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), será oficialmente lançado em 11 de agosto. A carta se refere aos 45 anos da “Carta aos Brasileiros”, elaborada pelo professor Goffredo da Silva Telles Junior em 1977, contra o regime militar e sua ilegitimidade.
As assinaturas da carta estão sendo compostas pela sociedade civil, artistas, empresários, juristas, ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e representantes de Federações, como a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
A assinatura mais recente foi do candidato à vice-presidente da chapa de Lula (PT), o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB).
Sem fazer referência direta ao governo atual, o conteúdo da carta cita ameaças golpistas: “Ataques infundados e desacompanhados de provas questionam a lisura do processo eleitoral e o estado democrático de direito tão duramente conquistado pela sociedade brasileira. São intoleráveis as ameaças aos demais poderes e setores da sociedade civil e a incitação à violência e à ruptura da ordem constitucional”, diz um trecho.
REAÇÃO DE BOLSONARO
Ironizando a iniciativa, o presidente Jair Bolsonaro postou em seu perfil no Twitter a própria carta: “Carta de manifesto em favor da democracia. Por meio desta, manifesto que sou a favor da democracia. Assinado: Jair Messias Bolsonaro, presidente da República Federativa do Brasil”, escreveu ele.
A participação de grandes nomes da elite econômica brasileira, no entanto, gerou incômodo na chapa do presidente, que comentou seu conteúdo em uma live na última quinta-feira (28).
“Não consigo entender, estão com medo do quê? Se eu estou três anos e meio no governo e nunca teve uma palavra minha, ação ou gesto… Nunca falei contra alarmismo, em controlar mídias sociais, em democratizar imprensa, nada. É uma nota política, eleitoral”, disse o presidente durante a transmissão.