Cacau Protásio declarou que a cena que gerou o episódio de racismo não será cortada do filme ‘Juntos e Enrolados’. Em entrevista para o ‘Fantástico’, exibida no último domingo (1º), a atriz falou sobre o ocorrido.
“[Na cena] Ele me imagina dançando para ele, sensual e linda, é um sonho. Uma imaginação”, explicou. Ela e os demais atores gravaram das 6h da manhã até 17h.
“Eu não mereço ser xingada. Eu mereço respeito, não só eu como qualquer ser humano. Cheguei lá e fui super bem recebida pelos bombeiros. Foi por um grupo de WhatsApp dos Bombeiros [que começou a polêmica]. E é muito doloroso ouvir”, disse Cacau.
“Eu fui para a delegacia prestar um depoimento, cheguei lá e fiquei presa no elevador. O policial falou que ia ter que chamar o bombeiro para me salvar. Naquele mesmo momento, me deu uma angústia muito grande porque fiquei com medo. E se vem esse cara, será que ele vem me salvar por eu ser negra e gorda?”, disse a atriz, chorando.
INDICAÇÃO
Já sobre a indicação de Sérgio Nascimento de Camargo para a presidência da Fundação Palmares, um conhecido militante da direita que nega a existência do racismo no Brasil, Cacau afirmou que ele não a representa.
“Você apanhar, sofrer, passar fome, ser açoitado, humilhado é benefício do quê? Ele não me representa, como acredito que ele não representa outros milhares de negros”, disse Cacau.
ENTENDA
Membros do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro( RJ) trocaram mensagens preconceituosas sobre a atriz Cacau Protásio. De acordo com o colunista Leo Dias, em matéria divulgada na quarta-feira (27) no UOL, eles não gostaram da atriz ter feito uma gravação no quartel.
“Vergonhoso. Mete aquela gorda, preta, numa farda de bombeiro, uma bucha de canhão daquela, com um monte de bailarino viado, quebrando até o chão. Vão achar que é o que? Bombeiro? Aquilo é tudo viado. Lamentável.”, afirmou um deles.