O presidente Jair Bolsonaro assinou um decreto que transfere o Conselho Superior do Cinema, responsável pela política nacional de audiovisual e complementar a Ancine, do Ministério da Cidadania para a Casa Civil, na tarde de quinta-feira (18).
Durante seu discurso, o Bolsonaro disse que pretende transferir a sede da Agência Nacional do Cinema (Ancine) do Rio de Janeiro para Brasília. “Vou trazer a galera do Leblon para Brasília.”
O presidente ainda declarou que é necessário fiscalizar os recursos públicos que são distribuídos para a indústria cinematográfica. “Osmar Terra (ministro da Cidadania) e eu fomos para um canto e nos acertamos. Não posso admitir que, com dinheiro público, se façam filmes como o da Bruna Surfistinha. Não dá.”
‘Bruna Surfistinha’ é um filme estrelado por Deborah Secco que conta a vida de Rachel Pacheco, uma ex-garota de programa. A produção teve mais de 2 milhões de espectadores. “Não somos contra essa ou aquela opção, mas o ativismo não podemos permitir, em respeito às famílias, uma coisa que mudou com a chegada do governo”, continuou Jair.
PRODUTORES
Os produtores que trabalharam em “Bruna Surfistinha” ficaram indignados com a declaração de Jair Bolsonaro.
Quem contribuiu para a produção lembra que ela gerou centenas de empregos, e que a série, gravada após o filme, foi uma das mais vistas na América Latina — e está na quarta temporada.
OBJETIVO
De acordo com a Secretaria-Geral da Presidência, o objetivo da transferência é fortalecer a articulação e incentivar políticas públicas necessárias para implementar estratégias entre ações governamentais e o cinema nacional.
Osmar Terra ressaltou que a Ancine permanece sobre seu comando e que irá “cumprir a legislação.”
“Estamos com um cinema que não tem público. Gasta-se muito dinheiro e não tem público”, concluiu o ministro da Cidadania.